O aumento das vendas de veículos impacta diretamente o mercado de crédito. Desde o início do ano até setembro, os bancos de montadoras e as instituições independentes liberaram R$ 72 bilhões para financiar a aquisição de automóveis, o que corresponde a uma alta de 20,8% em doze meses. Desse total, R$ 70,7 bilhões foram destinados para os contratos de CDC e o restante R$ 1,3 bilhão para o leasing. Outra boa notícia é a queda na taxa de inadimplência. No nono mês deste ano, o índice de consumidores que deixaram de quitar seus contratos de CDC atingiu 3,9%, o menor nível do ano.
“Esse índice ficou 0,2 ponto percentual abaixo do registrado em agosto e 0,7 ponto percentual menor que no mesmo mês do ano passado. Isso é um bom indicador para os bancos também, pois indica um cenário mais seguro para conceder o crédito”, explica o presidente da ANEF (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras), Luiz Montenegro.
O nível de inadimplentes vem caindo desde o início do ano. Ainda entre as pessoas físicas, a taxa na carteira de leasing é de 2,6%, queda de 0,2 ponto percentual em relação ao mês anterior e de 1,4 ponto percentual em doze meses. Já entre as pessoas jurídicas, o índice é de 3,1% nos contratos de financiamento, recuo de 0,3 ponto percentual na comparação com o mês anterior e de 2,0 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado. Na carteira de leasing, a taxa é de 2,4%, menos 0,4 ponto percentual em relação a agosto e queda de 1,6 ponto percentual em doze meses.
Na hora de comprar um veículo, o financiamento é a modalidade de crédito mais procurada pelos brasileiros. De acordo com levantamento da ANEF, os contratos de CDC respondem por 48% das operações, seguido pelo consórcio com 5% e pelo leasing, com 1%. “As compras à vista representam 46% dos negócios, o maior patamar dos últimos anos. No entanto, esse índice deverá cair e ficar na faixa de 38% a 40%. Com a queda da inflação, das taxas de juros e do índice de desemprego, o consumidor retoma sua confiança e investe na troca de um veículo zero quilômetro”, explica Montenegro.
No segmento dos veículos comerciais, o Finame respondeu por 60% dos negócios. Na sequência estão os financiamentos (20%), compras à vista (11%), consórcio (6%) e leasing (3%).
No segmento das duas rodas, assim como no de automóveis, a preferência é o CDC com 38% dos contratos fechados. O consórcio vem em seguindo lugar, com 32%, seguido pelas compras à vista, com 30%.
No nono mês do ano,) o total de recursos liberados pelo sistema financeiro nas operações de financiamento foi de R$ 8,3 bilhões, queda de 9,6% em relação a agosto e aumento de 26,9% na comparação com o mesmo período de 2016. Para as pessoas físicas foram destinados R$ 7,2 bilhões e os R$ 1,1 bilhão para as pessoas jurídicas.
As operações de leasing somaram R$ 132 milhões, volume 19% menor em relação ao mês anterior e 10,8% inferior ao mesmo mês do ano passado. Desse total, R$ 104 milhões foram liberados para as pessoas jurídicas e os restantes R$ 28 milhões para as pessoas físicas.
Em setembro, o saldo das carteiras atingiu R$ 164,4 bilhões, volume 0,7% maior ao registrado em agosto, mas 0,5% menor em relação ao mesmo período de 2016. Desse total, as operações de CDC respondem por R$ 160,6 bilhões – mesmo patamar alcançado no ano passado e 0,7% maior na comparação com agosto. Os R$ 3,8 bilhões restantes correspondem ao leasing – mesmo montante alcançado no mês anterior e 19,1% menor em doze meses.
O saldo de crédito para aquisição de veículos para pessoas físicas e jurídicas corresponde a 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto). No mesmo período do ano passado, esse indicador era de 2,6%, o que corresponde a uma queda de 0,1 ponto percentual. O volume representa 5,4% do total do crédito do SFN (Sistema Financeiro Nacional) e 10,7% do total das operações de crédito – Recursos Livres.
As taxas praticadas pelos bancos ligados às montadoras continuam mais atraentes na comparação com as adotadas pelas instituições independentes. Em setembro, as entidades associadas à ANEF cobraram juros de 20% ao ano e 1,53% ao mês, enquanto os independentes trabalharam com índices de 23% e 1,74%, respectivamente. O prazo médio das concessões é de 42,2 meses. Já o prazo máximo oferecido pelos bancos é de 60 meses.