14 de novembro é o Dia Mundial do Diabetes. Hoje aproximadamente 13 milhões de pessoas sofrem de diabetes no Brasil, segundo dados da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes). O diabetes é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares como o infartos, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e entupimentos das artérias, especialmente das pernas e pés, além de formação de aneurismas – dilatação de um vaso sanguíneo. Um estilo de vida saudável dificulta o aparecimento dos males que podem acometer as funções do coração.
Calcula-se que uma em cada duas mortes entre pessoas com diabete no mundo seja atribuída às doenças cardiovasculares. O problema da sobrecarga de glicose na circulação é que ela gera um processo inflamatório nada favorável aos vasos. A inflamação é um dos requisitos básicos para o surgimento das já citadas placas por trás do entupimento das artérias. Além disso, a resistência à insulina típica do diabete tipo 2 (quando o hormônio não consegue fazer a glicose ser aproveitada pelas células) atrapalha a dilatação dos vasos, além de estimular um aumento da pressão. Por isso, o diabetes é uma doença capaz de danificar as artérias do coração.
Segundo o cardiologista e clínico geral do HCor, Dr. Abrão Cury, os fatores de risco como pressão alta (hipertensão), colesterol alto (dislipidemia) e diabetes estão presentes em 71%, 48% e 38,5% dos pacientes que enfartaram e que fazem parte do Programa de Infarto do HCor, que existe há sete anos. “Nestes anos de Programa temos observado um aumento de jovens enfartando e com maior índice de obesidade e sobrepeso. Ao compararmos o perfil dos pacientes acompanhados entre 2017 e 2018, tivemos um aumento de 30,8% para 54,5% de pessoas que enfartaram com até 60 anos e de 46,7% para 54,5% no índice de obesidade e sobrepeso. Diante desta mudança do perfil, cada vez mais é primordial a realização e manutenção de hábitos de vida saudável, controle e redução dos fatores de risco, principalmente o controle do diabetes”, alerta Dr. Abrão Cury.
Diabetes e infarto: o risco de um diabético sofrer um infarto chega a 40% a mais nos homens e 50% a mais nas mulheres. Quando a doença se instala, potencializa outras condições de risco, como a pressão alta e o colesterol elevado. “O diabetes é uma espécie de combustível perverso, difícil de ser removido e pronto para causar muitos problemas”, aponta o cardiologista do HCor.
O diabetes tipo II oferece mais chances para o aparecimento de doenças cardiovasculares. Pois a má alimentação, falta de atividade física regular e de acompanhamento médico adequado são hábitos que devem ser modificados. Cuidados dietéticos protegem o pâncreas e, assim, não esgota precocemente a sua capacidade de produção de insulina. “Embora o diabetes tipo I seja menos frequente e ocorra na infância ou na adolescência, a enfermidade está associada a um problema imunológico – quando o organismo não funciona corretamente e também oferece riscos para o coração. O portador dessa categoria da doença precisa de insulina diariamente para controlar a glicose no sangue”, esclarece.
Impacto do diabetes na saúde do coração: controlar o peso, praticar atividades físicas regulares, reduzir carboidratos, bem como realizar refeições em horários regulares são atitudes que podem prevenir o diabetes tipo II, além do controle definitivo da doença e, consequentemente, o bom funcionamento do coração. “Entretanto, em alguns casos, pode ser necessário medicamentos para controlar a glicemia do paciente. Além do paciente diabético ter mais risco de contrair doenças do coração, é necessário cuidado redobrado mesmo após o tratamento. Isso porque sempre haverá tendência de obstruções das artérias. É importante não procurar por ajuda apenas em momentos mais sérios de saúde, mas principalmente, para prevenção de patologias. Se as doenças não forem evitadas poderão trazer consequências muito mais sérias à saúde”, orienta Dr. Abrão Cury, do HCor.
Evite o diabetes e afaste as doenças cardiovasculares: as doenças cardiovasculares estão entre as causas mais frequentes de morte no Brasil. Evitar o diabetes significa afastar essa ameaça. E não é difícil seguir esse caminho. “Primeiro, é necessário avaliar a presença de fatores de risco, como tabagismo, excesso de gordura abdominal, hipertensão, sedentarismo, dieta pobre em fibras e história de diabetes na família. Quando esses fatores existem, o acompanhamento com um profissional de saúde promove uma melhora gradual no estilo de vida e reduz o risco de desenvolver a doença em cerca de 60%”, alerta.
Em pessoas com diabetes, a orientação ajuda a reduzir a gordura abdominal e a controlar melhor os níveis de pressão arterial, colesterol e glicose, diminuindo os riscos de infarto e de AVC. Já os que não desenvolveram nenhum fator de risco sabem: boa alimentação e exercício físico regular podem manter o diabetes bem longe.
Dicas do Dr. Abrão Cury ,para ajudar a manter o coração saudável e os níveis de açúcar no sangue:
Seguir uma dieta balanceada, rica em frutas, hortaliças (legumes e verduras), grãos integrais, produtos como leites e seus derivados desnatados
Praticar atividades físicas regularmente;
Manter um peso saudável
Sempre consultar seu médico para uma orientação adequada e, em alguns casos, contar com a ajuda de uma nutricionista são dicas que podem ser essenciais para uma vida saudável.