Amanhã dia 21 de setembro, estreia a edição 2021 da CASACOR São Paulo como tema”A Casa Original” , no Parque Mirante, na Rua Padre Antônio Tomás, 72, anexo ao Allianz Parque.
A mostra vai ocupar todo o rooftop do prédio, com vista privilegiada para o Pico do Jaraguá, e mais um pavimento do edifício. O local está totalmentepreparado para obedecer aos protocolos sanitários e garantir a integridade física de todos nesse período de pandemia. Cada uma das fases do evento, desde o início de suas obras até o final da exibição, em 15 de novembro, está adequada aos protocolos oficiais vigentes.
A inspiração para Casa Original, surgiu antes da pandemia que trancou todos em casa e impôs novas reflexões sobre o morar contemporâneo. A tendência, captada no mundo pré-pandemia se tornou ainda mais presente e a resposta do elenco CASACOR pode ser vista e vivida em mais de 9.000m² de área construída, com 56 ambientes, entre casas, estúdios e lofts. Esses espaços são assinados pelos principais nomes da arquitetura brasileira e jovens talentos.
Para Livia Pedreira, presidente do Conselho Curador da CASACOR São Paulo .Ao longo da mostra, o público vai encontrar diversas interpretações do tema central. Seja no uso de materiais como cerâmica e carvão, das texturas naturais e na paleta de tons terrosos e suaves, que evocam a necessária suavidade e harmonia. Há muitos ambientes fluidos, que propiciam a convivência, sempre banhados de luz natural e muitas plantas, ecos da imersão que estamos vivendo nessa pandemia”, diz
“
A experiência proposta começa logo na entrada, onde o artista convidado, Felipe Morozini, apresenta uma instalação sinestésica e imersiva. Ele convida o visitante a entrar no universo de CASACOR, por meio de um grande túnel, no qual as moradas da natureza, como colmeias, ninhos de João de Barro, cupinzeiros, conchas de moluscos e casulos, representam a casa ancestral, dando início à grande viagem proposta pelo evento.
A instalação, chamada “Uma Luz no Fim do Túnel”, é 100% sustentável e feita com materiais reaproveitáveis ocupando toda a entrada, com grandes painéis de LED, que vão exibir projeções criadas pelo artista. A obra segue pelos elevadores e termina no rooftop do prédio. “Sempre tive o desejo de materializar a sensação coletiva da luz no fim do túnel e fazer a entrada da CASACOR São Paulo me trouxe essa oportunidade. A ideia é falar um pouco de esperança nesse momento adverso que vivemos, trazendo o exercício de olhar para trás, pensar no que já aconteceu. Além disso, quis celebrar os arquitetos da natureza, com um olhar que coloca o que é pequeno em proporções grandiosas. Quem visitar o espaço vai viver uma experiência única e muito pessoal, com as imagens, cheiros e sons que estamos preparando“, conta Morozini.
Parte da instalação, mais três ambientes da mostra, criados pelos profissionais estreantes Gabriela de Matos, Letícia Marchizelli e Paco Alvarez, também ficam no piso térreo do evento e terão acesso livre. No mesmo piso, ficam a bilheteria e a chapelaria. Junto de Felipe Morozini, os arquitetos propõem trabalhos focados na ancestralidade do morar, com projetos que resgatam a memória da casa africana, da natureza, e das moradas dos povos originários da América Latina, influências essenciais na formação do morar brasileiro contemporâneo
A sustentabilidade continua sendo não apenas a maior tendência do segmento, mas a força motriz de toda a mostra, que tem alcançado níveis surpreendentes com seu programa de gestão de resíduos. Implementado desde 2016, o programa venceu várias etapas, que incluíram conscientização de equipes de trabalho e de arquitetos do elenco, para alcançar a marca de 99,3% de reaproveitamento de resíduos .
Além de adotar medidas como obra secas, economia e reutilização de recursos hídricos, economia de energia, coleta seletiva, programa de reciclagem e destino adequado para resíduos, promovendo a economia circular, a mostra também realiza doações de materiais de construção resultantes do desmonte do evento para ONGs.
Nesta edição, o evento fará 100% de compensação para suas emissões de carbono, além de ter a certificação Lixo Zero e o selo HBC (Healthy Building Certificate), que atesta saudabilidade no ambiente do evento.
Outros reflexos da aplicação do programa de gestão de resíduos, podem ser vistos na mostra, em dois ambientes totalmente sustentáveis localizados no rooftop, que apontam para o futuro do segmento de arquitetura e construção.
A Casa LG ThinQ, criada pelo Estúdio Guto Requena + Pax.Arq, é um projeto disruptivo, pensado para um cenário em que a construção civil é uma das principais responsáveis pelas emissões de CO2 na atmosfera e no qual é necessário investir em novas formas de projetar e construir.
Totalmente open-source, é um projeto de fabricação digital que busca disseminar um método construtivo sustentável, a partir de uma plataforma global de colaboração, a wikihouse. A partir da disponibilização do sistema de construção, é possível desenvolver uma diversidade de formas, adaptáveis às diferentes demandas de projeto. Uma casa conectada com as novas tecnologias, construída a partir de chapas de compensado naval de pinus, usinadas em máquina CNC e montadas somente por encaixes.
São três eixos de pórticos articulados por um módulo conector e revestidos com placas pré-fabricadas em madeira que montam paredes e teto. Uma obra limpa, sem resíduos, organizada e eficiente. A estrutura externa (pórticos e fechamentos em madeira) que ocupa uma área de 100 m² foi montada em apenas 10 dias. Enquanto as construções tradicionais em concreto emitem 1 tonelada de CO2 na atmosfera para cada tonelada de concreto, a construção em madeira sequestra o dióxido carbono na mesma proporção. A estrutura externa é revestida de telhas de fibras vegetais impermeabilizadas, uma tipologia de cobertura leve, fabricada a partir de papel reciclado.
Já o Ateliê Deca, criado por Leo Romano para parecer uma lanterna e ser um ponto iluminando na cidade, se apresenta como uma imponente estrutura de quase 400m². Ela foi pensada como um portal que convida o visitante a desacelerar de sua rotina atribulada e focar no que é mais essencial. Permeado de luz natural, o espaço transmite uma sensação boa, como um abraço em tempo de retomada.
A arquitetura, com inspiração nórdica, traz leveza com uma técnica construtiva de travamento de madeira Cambará e telhado translúcido, que resulta em uma plasticidade simples, convidativa e, ao mesmo tempo sustentável. Os materiais empregados na base da construção são 100% reutilizáveis.