Entre os dias 20 e 23 de setembro, Fortaleza receberá a 17ª edição do Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade. Milhares de participantes ocuparão o Centro de Eventos do Ceará para debater os avanços e desafios da atenção primária à saúde, pensando em formação profissional, políticas públicas e modelos de assistência que beneficiem a população.
Não por acaso, o evento organizado pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) tem como logo dois braços enlaçando o mapa do nosso país. É um abraço com significados bem particulares e simbólicos. Marca o retorno do congresso à modalidade presencial, após o período de isolamento social imposto pela pandemia de coronavírus, e representa a expectativa de seus organizadores.
Além disso, e muito especialmente, retrata a especialidade abraçando o Brasil, aos brasileiros, acolhendo e provendo em saúde, conforme pontua a presidente SBMFC, Zeliete Linhares Leite Zambon. Ela destaca também que o Congresso terá marcas relevantes da especialidade, a inclusão e abrangência.
“Nossa missão é levar saúde integral e de qualidade aos brasileiros. Precisamos do máximo de resolubilidade; e ser resolutivo é praticar uma medicina capaz de atender em nível primário a praticamente todas as demandas de atendimento dos pacientes, orientando-os e encaminhando-os à assistência secundária e terceária, quando for o caso. As médicas e os médicos de família temos de debater o que é fundamental aprimorar no sistema públlico e na rede privada para que possamos cumprir nossa missão com excelência”.
O presidente do 17° CBMFC e da Associação Cearense de Medicina de Família e Comunidade (ACEMFC), Roberto Bob, afirma que o encontro será igualmente uma oportunidade de estabelecer relações, de estar próximo, trocar experiências e sentir um ao outro. Um novo momento para resgatar a essência do que é ser médico(a) de família e comunidade.
Marco Túlio Aguiar Mourão Ribeiro, vice-presidente da SBMFC e coordenador da Comissão Científica do CBMFC, explica que a programação contemplará as sugestões de sócios da entidade. Durante quase três meses, foram recebidas cerca de 300 recomendações de atividades científicas, entre conferências, mesas redondas, oficinas, rodas de conversa e cursos. Essas propostas foram avaliadas e mais de 100 delas farão parte da grade.
“Também tivemos mais de 1.500 envios de atividades científicas, como pôsteres ou sessões comentadas. As propostas que obtiverem as melhores avaliações serão selecionadas para apresentação no congresso. Acreditamos que a programação preliminar será divulgada em nosso site até 15 de maio.”
Os temas abordados pertencem a seis eixos: Estratégia Saúde da Família: agora mais do que nunca; Técnico-Político – Sistemas e Políticas de Saúde, Medicina de Família e Comunidade e Atenção Primária à Saúde; Abordagem Centrada na Pessoa na MFC e na APS; Abordagem Familiar na MFC e na APS; Abordagem Comunitária na MFC e na APS; e Residência, Graduação, Pós-Graduação e Pesquisa em Medicina da Família e Comunidade e na Atenção Primária à Saúde.
Importantes nomes nacionais e internacionais da área estarão no evento. Também confirmaram presença a socióloga Nísia Trindade, ministra da Saúde, e o médico sanitarista Nésio Fernandes, secretário de Atenção Primária à Saúde.
Mais do que discussões científicas de excelência estão reservadas aos congressistas. Ao planejar o CBMFC, a Comissão Organizadora levou em conta a relevância das relações pessoais e de momentos para nutrir a mente de cultura e lazer. “Queremos que as pessoas curtam, aproveitem a família, a cidade”, afirma Marco Túlio. “Por isso, os cursos e oficinas começarão somente no fim da manhã, a partir das 11h; já as atividades oficiais, como mesas e conferências, acontecerão durante a tarde.”
Outra novidade será a integração das comissões científica e cultural. De acordo com o presidente do Congresso, ciência e cultura caminharão lado a lado.“Depois de uma lacuna de vivências presenciais, devido à Covid-19, percebemos que precisávamos valorizar, em todos os espaços, o contato entre as 6 mil pessoas que esperamos receber”, conta Roberto. “Haverá propostas de atividades para as manhãs, mas elas não ficarão restritas aos espaços fechados do Centro de Eventos. Por que não conhecer a canoa havaiana, por exemplo, praticada por uma das nossas médicas?”
“Em parceria com a Secretaria de Cultura e a Secretaria de Turismo do Ceará, almejamos possibilitar que Fortaleza seja apreciada. Não queremos que o evento seja exaustivo, que pareça mais um espaço de trabalho e sobrecarregue os participantes. Afinal, nós, como cuidadores, também precisamos nos cuidar. Nada melhor do que um encontro que proporcione essa reflexão, oferecendo práticas integrativas e complementares em saúde, como massoterapia, reiki, rodas comunitárias de diálogo.”
Como a ideia de incentivar os congressistas a passar a semana na capital cearense, toda a família terá seu lugar no planejamento de atividades lúdicas – inclusive as crianças. Com o Espaço da Criançada, pais, mães e responsáveis poderão aproveitar a programação com tranquilidade, sabendo que os pequenos estão seguros e se divertindo. O Centro de Eventos contará com espaços livres, como área de lazer, área para refeições e outras.