Culinary Germany’. Este é o tema escolhido pelo German National Tourist Board (GNTB) para a campanha global de marketing e promoção turística do país europeu ao longo de 2018. “Os vários estilos e especialidades gastronômicas regionais, bem como uma ampla gama de lugares para degustar uma boa refeição, estão entre os pontos fortes do destino Alemanha e é isso que queremos enfatizar”, afirma a diretora-executiva da instituição, Petra Hedorfer.
Ainda de acordo com ela, a escolha da temática não ocorre em vão. “Identificamos que 7% dos turistas estrangeiros optam por visitar nosso país por causa da variedade e qualidade dos alimentos e bebidas oferecidos. E, nesse aspecto, ir a restaurantes e cafés é a segunda atividade preferida desse público, atrás apenas das tradicionais visitas turísticas”, diz Petra.
Em conformidade com a executiva do GNTB, a diretora do DZT – Centro de Turismo Alemão, Margaret Grantham, complementa: “Entre os brasileiros, o desejo de vivenciar experiências culinárias autênticas e únicas é ainda mais alto e determinante. Detectamos que 30% dos que elegem a Alemanha como destino têm a gastronomia como foco da viagem”.
de tradição em cada um dos 16 Estados da federação alemã. Por meio desse viés gastronômico e cultural, a campanha ‘Culinary Germany’ promoverá autênticas experiências gourmets, para que os visitantes possam degustar pratos regionais típicos e bebidas produzidos localmente em pousadas rústicas, em festivais sazonais e em rotas turísticas com temas alimentares.
Nesse cenário, paisagens únicas e vida cultural própria de cada uma das regiões alemãs estarão em evidência por meio de suas receitas seculares. Entre os muitos exemplos dessa fusão de tradição e gastronomia, destacam-se os vinhedos ao longo dos vales dos rios Mosela e Reno, as áreas de pastagem de Schleswig-Holstein, responsáveis por uma carne de excelente qualidade, além dos campos de cultivo de legumes e frutas e os locais de produção artesanal de queijos, cuja técnica é preservada há muitas gerações.
De uma forma mais sintética, o que se deseja é enfatizar que a cozinha tradicional alemã, produzida e elaborada de forma sustentável, prioriza métodos que valorizam a autenticidade por meio do frescor dos ingredientes, a qualidade e a preservação dos recursos.
Confira algumas das especialidades regionais
Alta Saxônia: rico em proteínas, o queijo Harzer é feito de coalho e apresenta baixíssimo teor de gordura (1%). É uma ótima opção para os fãs de dietas saudáveis. Produzidos há centenas de anos, é, geralmente, pequeno e redondo. Alguns deles ganham bolor branco e outros, vermelho (este com sabor mais intenso).
Baden-Württemberg: uma das mais conhecidas especialidades de Stuttgart, Maultaschen é uma espécie de ravióli de carne e espinafre. Sua receita é atribuída a monges que, proibidos de ingerir carne durante a Quaresma, encontraram nesse prato a solução de continuar a saboreá-la secretamente entre as folhas da suculenta verdura.
Baixa Saxônia: os moradores dessa região têm um amor de longa data com a couve, que é bastante consumida no inverno com Pinkel, salsicha de aveia, bacon, barriga de porco, cebola e ervas.
Baviera: a salsicha weisswurst (salsicha branca), feita com vitela e porco e aromatizada com cebolas e salsa fresca, é uma das delícias mais populares de toda a Baviera. Tradicionalmente, é consumida em cervejarias antes do meio-dia e acompanhada de mostarda doce, pretzels e, lógico, com muitos copos de cerveja.
Berlim: comida de rua é uma antiga tradição na capital alemã, e seus moradores têm muito orgulho do currywurst. Servida em quiosques desde 1930, a iguaria é degustada com cinco tipos diferentes de molhos de curry, um mais apimentado que outro. Para se ter uma ideia da paixão dos berlinenses por currywurst, tem até um museu próprio.
Brandenburg: produto mais exportado da Floresta Spree, os pepinos ganham inúmeras receitas e modos de consumo. Tem até um tour, o Ciclo de Pepino, em cujo trajeto, de 260 quilômetros, é possível provar pratos os mais diferentes e acompanhar todo o processo de cultivo e preparo, desde o campo até a ponta do garfo.
Bremen: desde 1673, quando foi aberto o primeiro café (por proprietários de língua alemã), a cidade passou a nutrir sua paixão pela bebida. Além de maior polo de comercialização do grão, Bremen dispõe de dezenas de simpáticos e antigos estabelecimentos onde é servido. Uma vez na cidade, a dica é fazer visitas guiadas às casas de torrefação.
Hamburgo: todo domingo de manhã, madrugadores e notívagos se dirigem a um tradicional ponto de comércio da cidade portuária: o Mercado de Peixe, famoso por servir rolinhos do pescado, entre eles os rollmops, preparados há mais de 300 anos. Feitos com peixe de sabor acentuado, como arenque, o filé é enrolado em cebola ou pepino e curtido em vinagre. Os consumidores o consideram um curador de ressaca infalível.
Hessen: sua bebida mais popular, Ebbelwei é uma cidra muito consumida. Encontrada em todas as casas, sobretudo nos arredores de Frankfurt, é ideal para acompanhar costeletas de porco, salsichas e chucrute.
Mecklenburg-Pomerânia Ocidental: o espinheiro (Sea buckthorn) é um arbusto que floresce em abundância na costa da região. Rico em vitaminas e minerais, seus frutos são utilizados em óleos, remédios, cosméticos, chás, conservas, licores e vinho. Na ilha de Rügen, os visitantes podem até participar da colheita.
Renânia do Norte-Vestefália: produz uma extensa gama de cervejas, incluindo a kölsch (de Colônia) e a altbier (da vizinha Düsseldorf). A região também abriga numerosas cervejarias, de todos os portes. Muitas dessas, por sinal, oferecem visitas guiadas e workshops. Em Dortmund, um enorme museu dedicado à bebida explica tudo o que há para se saber sobre a arte dos mestres cervejeiros.
Renânia-Palatinado: maior produtora de vinho em toda a Alemanha. Visitantes e moradores podem ter uma amostra em uma das muitas tabernas mantidas por vinicultores, visitar vinhedos durante o verão ou participar de um dos muitos festivais que ocorrem entre meados de agosto e o início de outubro.
Saar: nesta região, a dica gastronômica é se deliciar com uma genuína “dibbelabbes”. Trata-se de um prato que reúne batata ralada, alho-poró, bacon e ervas. Tudo cozido em uma panela tradicional (que se chama dibbe no dialeto local) e acompanhado de um caseiro purê de maçã.
Saxônia: o mais favorito de todos os eventos da região é Christstollen, que ocorre em Dresden. O que era um alimento para o período de jejum desde os tempos medievais, evoluiu para um bolo sofisticado de massa fermentada e frutas secas. As receitas de família, mantidas em segredo, são comercializadas em mais de 130 endereços especializados na cidade. A melhor época para degustar dessa doce iguaria é o começo de dezembro, quando ocorre o Stollen Festival. Outra opção é se deliciar nas barracas do mercado natalino de Dresden.
Schleswig-Holstein: concentra mais de 120 variedades de queijo, a maioria artesanal. Tem até um trajeto inteiro dedicado ao laticínio, a Rota do Queijo, que permite ao turista degustar variadas espécies produzidas a partir de leite de vaca, ovelha e cabra. Tem desde os mais suaves aos maduros, picantes e até doces.
Turíngia: consumida mundialmente e especialmente amada na Alemanha, nesta região a batata adquire sabor extra em forma de um bolinho redondo. As bolinhas de batata (feitas com o tubérculo ralado), chamadas de Thuringian klösse, ganharam até um museu, em Heichelheim (cidade localizada ao norte de Weimar). O espaço mostra aos visitantes como essa saborosa bolota é preparada e oferece degustação.
Regiões vinícolas: descubra a pé o de bike
Há dois mil anos a Alemanha produz vinho. São 13 regiões vinícolas, nas quais é possível conhecer não apenas as diferentes espécies, mas, ainda, fazer uma imersão na cultura local. Entre elas, Ahr (no Médio Reno), Moselle, Nahe, Palatinate e Rheinhessen (na Renânia-Palatinado), a Rheingau e Hessische Bergstrasse (Hessen), Franconia (Baviera do Norte), Baden e Württemberg (Baden-Württemberg), Saale-Unstrut (Saxônia-Anhalt / Turingia) e Saxônia. Nos variados itinerários temáticos, caminhantes e ciclistas têm a oportunidade de visitar lojas de vinhos e participar de degustação, além de visitar, in loco, as áreas de cultivo. Nesse aspecto, há desde excursões curtas, de rápida duração, até trilhas de 15 km.