A Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) reúne, no dia 27 de maio, autoridades, montadoras e o público para chamar a atenção para os benefícios ambientais, sociais e econômicos de um modal muito debatido atualmente: os veículos híbridos e elétricos. Trata-se do Dia da Mobilidade Elétrica, uma carreata que levará as bandeiras verdes e sustentáveis ao trânsito da capital paulista. Como empresas apoiadoras estão gigantes como Toyota, Mercedes-Benz, Tesla, Lexus, Porsche, Renault, Volvo, BYD, entre outros, que levarão para as ruas seus principais modelos e novidades.

 

Ricardo Guggisberg, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) foto divulgação

Ricardo Guggisberg, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) foto divulgação

A concentração  é às 9h30 e o trajeto estipulado cobre as praças Amadeu Amaral (R. Treze de Maio) e Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu, onde será entregue o primeiro posto elétrico público de abastecimento de veículos de São Paulo (SP), doado pela BYD do Brasil. De acordo com Ricardo Guggisberg, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), responsável pela organização do evento, o objetivo é sensibilizar a população, o poder público e a iniciativa privada a respeito do debate. “Todos são muito bem-vindos ao Dia da Mobilidade Elétrica. As pessoas que quiserem participar podem ir com bicicletas, skates, scooters, motos, carros, desde que sejam elétricos ou híbridos. O convite está aberto também para quem não possui ve&i acute;culos do tipo e quer cumprir o percurso conosco em um dos ônibus que disponibilizaremos de forma gratuita”.   

De acordo com o executivo, estes tipos de transporte são importantíssimos na questão da sustentabilidade, já que não usam combustíveis fósseis e, assim, apresentam baixa emissão de poluentes. Também são silenciosos, o que contribui para a qualidade de vida em geral, e econômicos. “Um estudo da CPFL Energia mostra que o valor do quilômetro rodado com um carro a combustão, considerando o uso do etanol, é de aproximadamente R$0,19. No movido à eletricidade, este valor é R$0,05, quatro vezes menor”, explica. 

Nessa edição, grandes montadoras apresentarão ao público os seus principais veículos e novidades. Entre elas, a Elektra Motors, que apresentará um Tesla no evento, grande conhecida do mercado por sua expertise em veículos elétricos no Brasil, leva ao trajeto a Tesla Model S, modelo bivolt que tem autonomia para rodar até 440km e que possui uma aceleração de 4,3 segundo (de 0 a 100km/h) e tração nas quatro rodas. Além disso, o veículo, que será exposto em evento público pela segunda vez no Brasil – a primeira foi no Salão do Automóvel – conta com a função piloto automático, que ajuda o carro a permanecer na pista, mudança de faixa, se adapta ao tráfego reduz e acelera, e encontra vagas de estacionamento sozinho.

 

Tesla Model S, modelo bivolt  Elektra Motors

Tesla Model S, modelo bivolt Elektra Motors

 

 

A Toyota desfila com o Prius, primeiro veículo híbrido a ser produzido em escala no mundo, em 1997. O modelo, que detém o título de híbrido mais vendido globalmente, já atingiu a marca de seis milhões de unidades comercializadas em mais de 150 países. No Brasil, o Prius iniciou suas vendas em janeiro de 2013 e obteve, desde então, 1.600 unidades emplacadas.

 

Outra atração ligada ao advento da tecnologia híbrida presente no evento será o Lexus CT 200h, o primeiro hatchback híbrido de luxo do mundo, produzido pela Lexus, marca de luxo da Toyota. O hatch premium iniciou suas vendas em meados de 2012 no Brasil e, até aqui, chegou à marca de quase 200 veículos comercializados. A Toyota tem posicionado as tecnologias híbridas também como peça fundamental para o século XXI, pois englobam todos os componentes tecnológicos necessários para o desenvolvimento de carros ecologicamente amigáveis.

eletra-dual-bus

Já a Eletra apresenta em primeira mão o Dual Bus, ônibus elétrico de conceito inédito, que entra em testes em linha normal no Corredor ABD de São Paulo, na semana de realização da carreata. Desenvolvido pioneiramente no Brasil pela Eletra, sua grande novidade tecnológica está no sistema padronizado de tração, que pode ser alimentado por várias fontes de energia.

  A Volvo também desfila novidades e exibe seu XC90 T8, um SUV de luxo que chega ao Brasil apontando o futuro dos veículos da marca, que conta com versões totalmente elétrica, híbrida, com autonomia de até 35km. Já no segmento de pesados, a marca exibe o seu ônibus híbrido, cuja grande vantagem é que ele não precisa de carga externa: a bateria do motor elétrico é carregada com a energia gerada durante as frenagens. Além disso, o modelo conta com produção em escala na fábrica da empresa instalada no Brasil.

 

Smart Fortwo Electric Drive da Mercedes Benz

Smart Fortwo Electric Drive da Mercedes Benz

A Mercedes-Benz também marca presença com o seu smart fortwo electric drive, veículo compacto, totalmente elétrico, e com velocidade máxima estimada em 125 km/h, acompanhada da Renault, que traz o utilitário Kangoo, e os compactos Zoe e Twizy.

 

 

  Da marca Porsche, o evento conta com o Porsche Cayenne S E Hybrid, que chegou ao Brasil ao final de 2016, durante a última edição do Salão do Automóvel e ganhou o selo CONPET, pelo Inmetro, por ser o veículo mais eficiente em sua categoria.

 

Porsche Cayenne S E Hybrid

Porsche Cayenne S E Hybrid

Além desses veículos, os participantes poderão ver de perto uma grande variedade de bicicletas e skates elétricos, carros de logística, ônibus e veículos de duas rodas, como bicicletas e motos.

Os veículos elétricos ainda enfrentam alguns desafios para se consolidarem no Brasil. Segundo Guggisberg, o principal deles é a falta de uma política pública com incentivos específicos, como redução de impostos, o que pode baratear o custo do veículo com essa tecnologia, e assim, democratizar o seu acesso, liberação do uso da faixa exclusiva de ônibus, isenção do rodízio, bolsões exclusivos de estacionamento, acesso a algumas áreas da cidade restritas a veículos sustentáveis, entre outras. “Outras barreiras são a criação de uma malha de infraestrutura de recarga, a falta de regulação da cobrança da energia e procedimentos claros para a instalação de eletro postos”, ressalta.

Apesar disso, o número de emplacamentos vem subindo e as perspectivas são de mais crescimento, tanto de mercado quanto em desenvolvimento tecnológico. Em 2016, foram 1.091 licenciamentos, ultrapassando as vendas de todo o exercício anterior, que atingiu 864 unidades. Para o executivo, os números são bastante favoráveis, porém estão aquém do potencial do País, que tem a necessidade de migrar para uma plataforma de transportes limpas e, assim, cumprir suas metas de redução de gases de efeito estufa.

“Temos acompanhado aqui no Brasil uma movimentação muito grande das universidades e dos institutos de pesquisa, no sentido de preparar os alunos de engenharia para atuarem neste novo mercado, com projetos que têm se destacado no cenário internacional. A proposta do Dia da Mobilidade Elétrica é fortalecer essas mensagens positivas e encorajar esse movimento de grande importância”.concluiu