Em uma série de entrevistas com Arnold I. Davidson e Jeannie Carlier, Pierre Hadot, revela as chaves de seu itinerário de vida e de seu pensamento filosófico. Com base em suas reflexões sobre a filosofia antiga, Hadot descobre uma maneira de filosofar segundo a qual fazer filosofia não consiste em resolver problemas abstratos, mas em melhorar nossa forma de viver. O gênero da entrevista permite ao leitor penetrar de forma amena no pensamento de Hadot.
Talvez aqui de um modo mais acessível ao não especialista do que em suas obras anteriores, Hadot mostra que as incoerências dos filósofos antigos se explicam quando se admite que eles falam (e numa segunda etapa, escrevem) a um auditório ou um ouvinte específico; que não desejam informar, mas antes persuadir, transformar, produzir um “efeito de formação”; em suma, que os tratados antigos, quase sem exceção, constituem exortações à filosofia, convites ao filosofar; e que, ao mesmo tempo, esses discursos – quer sejam diálogos, quer não – são também, em benefício do ouvinte e por vezes com sua colaboração, “experiências de pensamento”, exercícios de “como pensar”.
Pierre Hadot (1922-2010), filósofo e historiador da filosofia, foi professor honorário no Collège de France. Suas pesquisas se concentraram inicialmente nas relações entre helenismo e cristianismo, depois na mística neoplatônica e na filosofia helenística. Por fim, orientam-se para uma descrição geral do fenômeno espiritual que a filosofia representa.
Tradução: Lara Christina de Malimpensa
Preço: R$ 69,90