A exposição LEVE, do artista Olavo Machado Neto, foi inaugurada ontem dia 12 de abril, na Casa de Música de Ouro Branco , em Belo Horizonte, oferecendo uma experiência única de interação entre arte, design e música. Com curadoria de Angélica Adverse e patrocínio da Gerdau, a iniciativa busca conectar a linguagem do design ao cotidiano dos moradores, estimulando trocas e reflexões sobre o papel da arte no espaço público.
Em LEVE, Olavo Machado Neto apresenta uma série de peças de mobiliário em aço, criadas a partir de formas simples, como dobras e curvas, e que buscam refletir sobre a leveza presente no cotidiano. As obras foram pensadas para dialogar com os espaços em que estão inseridas, convidando alunos e visitantes a interagir e reinterpretar o ambiente por meio da arte. “Minha ideia foi criar peças que não apenas ocupassem o espaço, mas que o transformassem em um lugar de encontro e criação. Cada dobra, cada curva conta uma história e convida o público a participar dela”, explica o artista.

foto Lucas D’Ambrosio
Após sua primeira fase em Miguel Burnier, LEVE chega a Ouro Branco como a primeira exposição a ocupar a nova sede da Casa de Música, espaço referência em Minas Gerais para o ensino e a difusão da música erudita e que agora se abre para acolher todas as formas de arte.
“Esta será a primeira mostra que a nova sede da Casa de Música irá receber. É um passo muito importante porque nosso objetivo sempre foi transformar nosso espaço em um local de referência, não só para a música, mas para todas as artes. Sendo assim, a exposição inicia a vocação da Casa de Música de ser um centro cultural amplo e aberto às mais diversas parcerias”, afirma a diretora da Casa de Música, Kênia Libânio.
As peças estão dispostas de maneira a remeter a uma partitura, em uma expografia que evoca a vocação musical da Casa de Música, criando uma experiência visual e sonora. Além disso, as obras foram posicionadas de forma a fomentar interações com alunos e visitantes, que são convidados a experimentar o mobiliário e o ambiente ativamente.
“É uma ocupação espontânea e orgânica, que brinca com a analogia da partitura, criando altos e baixos harmônicos. Isso permite que o nosso programa educativo provoque as pessoas a interagir de forma dinâmica, transformando a exposição em algo sempre vivo e em movimento”, explica Alexandre Rousset, responsável pela expografia.
Bruno Castilho, gerente de Responsabilidade Social Brasil da Gerdau, destaca que o patrocínio à exposição vai além de uma simples ação cultural e reforça o compromisso da empresa em moldar o futuro por meio do apoio à arte e à educação. “Acreditamos que o acesso à cultura é essencial para transformar realidades, fortalecer os laços sociais e ampliar a percepção sobre nossa sociedade.
LEVE simboliza esse caminho de evolução e aprendizado, convidando os visitantes a refletirem sobre como o aço, apesar de ser um material rígido e resistente, pode ser moldado e adaptado às demandas contemporâneas, trazendo leveza e estando presente em nossas vidas, muitas vezes sem percebermos. Portanto, apoiar um projeto como o LEVE reafirma nossa dedicação para contribuir com desenvolvimento da nossa sociedade e à criação de um futuro sustentável, onde arte e educação caminham lado a lado”, afirma.
O projeto traz, ainda, um programa educativo, que visa envolver a comunidade em atividades práticas e reflexivas. A abertura da exposição, em 12/4, será marcada por um bate-papo com Olavo Machado Neto, Angélica Adverse e Alexandre Rousset, às 18 horas.
Nos dias 06/05 e 15/05, às 13h30 e 15h, acontecem oficinas com monitores. Os participantes serão convidados a explorar as obras e as propostas educativas, conectando o design à realidade local.
Fechando a programação, no dia 29/05, às 13h30, acontece a Oficina de Esculturas, com Olavo Machado Neto. A atividade é um convite à criação de esculturas e experimentos com dobras, permitindo aos participantes explorarem formas e possibilidades artísticas a partir de materiais simples. Todas as atividades educativas serão realizadas na Casa de Música. “As oficinas são momentos pensados para dialogar com a comunidade, para que as pessoas interajam com as obras e conheçam mais a história que estamos contando. Queremos que os moradores enxerguem a Casa de Música como o espaço multicultural que ele é”, destaca Angélica Adverse, curadora da exposição.
Em sua passagem por Miguel Burnier, distrito histórico de Ouro Preto, o projeto transformou a Praça da Estação da comunidade em um espaço de experimentação artística e convivência comunitária. A partir da vivência livre ou mediada por uma série de atividades educativas, pessoas de várias idades puderam interagir com as obras e despertar uma nova sensibilidade artística para enxergar e ocupar o espaço. A próxima parada da exposição será em Belo Horizonte, no TerrAço Paulo Mendes da Rocha, do MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal, onde as obras ficarão permanentemente.
A Casa de Música de Ouro Branco está completando, neste ano, 24 anos de atividades culturais e educacionais, consolidando-se como referência no ensino e na difusão da música erudita em Minas Gerais. E celebrando sua nova sede, projetada pelo arquiteto Gustavo Penna. Com quase 3.000 m² de área, o espaço conta com salas de aula, biblioteca e áreas para ensaios e concertos, ampliando sua atuação e impacto na comunidade. A instituição atende 250 alunos de 7 a 17 anos, oferecendo cursos de musicalização, percepção musical e diversos instrumentos, mantendo também a Orquestra de Câmara de Ouro Branco e o Grupo de Violões.
Além das aulas, o espaço promove eventos como a Semana da Música, o Festival de Violoncelos e a série Concertos para Ouro Branco. Recentemente, a Casa de Música inovou e promoveu projetos como o Gastrofônica, que une música e gastronomia; e o Descobrindo Sabores, voltado à educação alimentar.