A decisão do Banco Central brasileiro vem em consonância com o visível processo de descompressão inflacionária em curso no país, alavancado, especialmente, pelas medidas recentes de desoneração de itens como combustíveis, energia e telecomunicações.
Em setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostrou deflação de 0,32% — marcando o terceiro mês consecutivo de queda do nível de preços. Nesse cenário, observa-se uma redução nas expectativas de inflação, tanto para 2022 quanto para 2023, conforme informado no Boletim Focus, divulgado pelo próprio Banco Central.
No panorama externo, as pressões inflacionárias — sobretudo no que se refere às commodities — deverão ser suavizadas pelo processo de desaceleração da atividade global em curso. Segundo projeção mais recente do FMI, o crescimento do PIB global será de 3,2% em 2022, ante previsão de 3,6% divulgada pela instituição em abril.
De fato, ainda convivemos com um nível de inflação elevado. Contudo, é necessário levar em consideração as implicações negativas para a economia brasileira — que já apresentou recuo da atividade em agosto — de uma taxa básica de juros tão alta.