A indústria paulista apresenta pelo segundo mês consecutivo fechamento de vagas em seu quadro de funcionários. Em junho, foram encerrados 11,5 mil postos de trabalho, queda de 0,53% frente a maio, na série sem ajuste sazonal. No fechamento do primeiro semestre, o saldo ainda segue positivo, com 17 mil vagas (+0,79%). Com o ajuste sazonal, o resultado para o mês também ficou negativo, (-0,27%). Os dados de Nível de Emprego do Estado de São Paulo foram divulgados pela Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo.
Apesar de os meses de junho, desde 2011, apresentarem saldo negativo, o presidente em exercício da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, lembra que esta queda é a pior do período recente. “Esse junho foi pior, em termos de empregabilidade para a indústria paulista, do que o mês de junho do ano passado. Algumas variáveis políticas e econômicas estão influenciando fortemente alguns setores importantes, como o alimentício, por exemplo, que sofreu uma forte perda de postos de trabalho”, avalia Roriz.
Para reverter esse cenário negativo, Roriz observa que é preciso corrigir uma série de problemas que tiram a possibilidade de recuperação das empresas. “É preciso buscar alternativas de mercado como uma saída. Aproveitar esse câmbio para exportar mais. As empresas precisam buscar mais inovação. É importante saber que a situação é difícil e que a recuperação vai demorar. Com essa grande paralisação de maio e junho, decorrente da greve dos caminhoneiros, é preciso buscar alternativas para que as empresas possam operar com rentabilidade e voltar a gerar emprego. Além disso, as companhias precisam de mais ofertas e acesso às linhas de crédito para que recuperem seu capital de giro e voltem a investir”, completa.
Entre os 22 setores acompanhados pela pesquisa para o mês de junho, 4 ficaram positivos, 2, estáveis e 16, negativos.
Entre os positivos, os destaques ficaram por conta de bebidas, com geração de 331 postos de trabalho, seguido por produtos farmoquímicos e farmacêuticos (196) e impressão e reprodução de gravações (108).
No campo negativo ficaram, principalmente, produtos alimentícios (-2.910), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-2.377) e produtos de borracha e de material plástico (-1.160).
A pesquisa apura também a situação de emprego para as grandes regiões do estado de São Paulo e em 36 Diretorias Regionais do CIESP. Por grande região, a variação no mês ficou negativa em -0,53% no Estado de São Paulo, -0,49% na Grande São Paulo e -0,57% no Interior paulista.
Entre as 36 diretorias regionais, houve variação nos resultados. Nas 3 que apontaram altas, destaque por conta de Santos (0,47%), influenciada por produtos de metal (5,05%) e produtos de minerais não metálicos (1,87%); Mogi das Cruzes (0,23%), por produtos têxteis (0,86%) e produtos de metal (0,67%) e Marília (0,12%), por produtos de borracha e plástico (3,72%) e máquinas e equipamentos (0,65%).
Já das 31 negativas, destaque para Jaú (-4,43%), por artefatos de couro e calçados (-12,92%) e produtos alimentícios (-0,90%); Matão (-2,96%), por máquinas e equipamentos (-4,36%) e confecção e artigos do vestuário (-5,57%); Santa Bárbara D’Oeste (-2,29%), influenciado por produtos têxteis (-2,87%) e produtos de metal (-10,11%).