‘Mente e Coração’ é a proposta criativa para 2026 da CASACOR, maior plataforma cultural de arquitetura, paisagismo, arte e design de interiores das Américas. O tema, definido pela equipe curatorial após estudo de cenários e tendências, foi apresentado nesta terça-feira (4) no Sesc Pompeia, em São Paulo, durante o Eixos CASACOR, evento anual que destaca o futuro da arquitetura e do design, apresentando novas perspectivas de mercado para a comunidade de arquitetos e patrocinadores. A39ª edição em São Paulo, acontece de 02 de junho a 09 de agosto, no Parque da Água Branca.

Livia Pedreira foto divulgação
A apresentação, que reuniu nomes como a arquiteta potiguar Viviane Telles, o líder espiritual guarani Carlos Papá, e a psicanalista Maria Homem, falando das inteligências orgânica, manual, ancestral e emocional, serviu como introdução para as reflexões que a CASACOR quer pautar no próximo ano e para reafirmar seu compromisso de estar em sintonia com as questões contemporâneas que impactam o mercado.
A marca anunciou outras novidades, como a Campanha 2026, orquestrada pela Agência Versa, a criação do Instituto CASACOR, e a exposição CASACOR e o Parque, que acontecerá de 21 de novembro a 14 de dezembro, numa parte do térreo da Casa do Fazendeiro, que reunirá as ações realizadas no Parque da Água Branca, antes, durante e depois da mostra de 2025, reafirmando o compromisso de atuar com transparência e responsabilidade no parque, espaço público da maior qualidade e, por isso mesmo, palco de relações complexas.
A mostra paulistana, principal evento do calendário, deve acontecer de 2 de junho a 9 de agosto, pelo segundo ano consecutivo no Parque da Água Branca, com apoio da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) e do Governo do Estado de São Paulo.
André Secchin, CEO da CASACOR, falou sobre a importância de continuar a missão da marca, de colocar luz em espaços natural e culturalmente ricos dentro da cidade de São Paulo, como o Parque da Água Branca, que sediará a mostra pelo segundo ano consecutivo e que se tornou o primeiro projeto do Instituto CASACOR. “Em 2026 estaremos novamente no Parque da Água Branca, nossa grande inspiração para colocar em prática o Instituto CASACOR, que tem como missão promover e preservar a ocupação de espaços urbanos, por meio de iniciativas culturais focadas no restauro e conservação de patrimônios arquitetônicos históricos”.
Ele ressaltou que o evento contabilizou um grande legado ao Parque e à população do local, com destaque para as 700 toneladas de entulhos retiradas dos prédios ocupados pela mostra, R$ 3 milhões investidos na recuperação das construções, além do aumento da circulação de pessoas e faturamento nos comércios locais, com 95% dos estabelecimentos do entorno desejando que a CASACOR retorne ao Parque da Água Branca. “Os resultados de 2025 mostram a importância de ocupar espaço com responsabilidade e mostram o efeito e o legado que queremos deixar com nossa presença e com a atuação do Instituto CASACOR, fomentando projetos socioambientais e educacionais que conectam arquitetura, arte e design, em parcerias estratégicas com a sociedade civil, o setor privado e o poder público para gerar impacto positivo e ampliar o acesso a espaços de interesse público”, finalizou.
A proposta criativa para 2026 propõe reflexões e soluções para as principais angústias do ser humano. Com ‘Mente e Coração’, a próxima temporada de CASACOR traz o desafio às marcas e profissionais de trabalhar a casa como espaço de cura e autocuidado, fazendo frente à quantidade excessiva de informações e às angústias trazidas pela inserção da inteligência artificial no dia a dia, concentradas na Síndrome de FOMO, do inglês “fear of missing out”. O “medo de perder algo” ou “o medo de ficar de fora”, que traz o sentimento de apreensão por não estar a par ou estar perdendo informações, eventos e experiências.
O tema é construído com base na pesquisa anual de macrotendências conduzida pela marca, que aponta para questões contemporâneas sobre o morar. Entre os assuntos identificados, está a relação cada vez mais íntima e necessária do ser humano com os lugares onde habita, um espaço que aceita fragilidades, ao passo que a vida editada das redes sociais só revela melhores momentos.
Livia Pedreira, presidente do conselho curador, explica que a pesquisa da CASACOR acena para a casa como refúgio, num campo físico-psíquico que guarda e conforta. “Nosso manifesto destaca que a reconexão com a morada experimentou um ápice no começo dos anos de 2020. Porém, a ideia da casa como porto seguro perdura e, agora, simboliza uma era ambígua, que nos empurra à exposição, mas demanda recolhimento. Nos vemos diante de um panorama de conflitos, desigualdade, eventos climáticos extremos e insegurança com o avanço da inteligência artificial. Ao passo que a angústia castiga a saúde mental, nosso abrigo se firma como território sagrado da busca pelo equilíbrio entre fora e dentro, corpo e espírito. No império da hiperconectividade, a casa coloca-se ainda como contraponto à exaustiva exigência por produtividade”, explica.
Num trecho do Manifesto, a equipe curatorial vai ainda mais a fundo ao sintetizar a ideia para 2026. “O casulo protege, mas também transforma. Sempre que nos abrigarmos nele, será possível trilhar o caminho da cura. Rodeados de móveis, objetos, lembranças, tradições e histórias cheias de sentido, nos reabastecemos de confiança para seguir. O resgate das inteligências psíquica, ancestral, orgânica e manual energiza e devolve o que é artificial para a caixa de ferramentas. Mais que isso, nos prepara para atuar em um planeta em burnout, que não suporta tantas dissociações. E convida a fazer convergir duas grandes forças que nós, humanos, carregamos conosco e funcionam muito melhor se pulsarem juntas: a mente e o coração”.