Ele já dirigiu William H. Macy, Laura Dern, Meat Loaf e David Paymer no cinema; fotografou Steven Spielberg, Harrison Ford, Barbra Streisand e Phil Collins; expôs em espaços como o Metropolitan e o MoMA, em Nova Yiork, e no Centro Pompidou, em Paris. Neal Slavin é um nome de destaque da fotografia e do cinema no mundo e estará em exposição no WOW, quarteirão cultural de Vila Nova de Gaia, reigão do Porto, em Portugal, para uma exposição que incluirá 50 fotografias inéditas, a cores, do seu trabalho, e um longa-metragem documental sobre o povo português.
Em cartaz na Galeria de Arte do WOW, de 17 de março a outubro de 2022, a exposição “Portugal/Saudade” quer ser uma viagem pelas diferenças significativas no país, em 1968 e após 50 anos. O filme-documentário “Saudade: A love letter to Portugal” será, também, transmitido em sessões diárias, às 19h, no auditório do Museu do Porto, um dos sete museus do WOW. Além das 100 fotografias, a exposição incluirá informação sobre o artista e a sua relação com Portugal, bem como uma contextualização histórica do período em que as fotografias foram captadas.
São 100 fotografias que partem da sua paixão por Portugal, refletida no livro que editou já em 1971, “Portugal”, e no longa-metragem documental que finalizou, agora em março, em Lisboa, “Saudade: A love letter to Portugal”, com a colaboração de ilustres figuras portuguesas, como Carlos do Carmo, Mariza e Nuno Gama.
Adrian Bridge, CEO do WOW, explica que “O contexto atual do Leste da Europa colocou muito dos nossos dias em perspectiva, sobretudo para quem nunca viveu situações de guerra ou de opressão. Esta exposição faz-nos refletir sobre uma liberdade que foi conquistada em Portugal. Queremos, com ela, uma vez mais, abrir portas à arte e à cultura, trazendo para Portugal e para o Grande Porto exposições de referência mundial, que atraiam não só os turistas que nos visitam, mas também, e sobretudo, a comunidade local”.
Em 1968, no âmbito de uma bolsa Fulbright, Neal Slavin morou em Portugal com o objetivo de fotografar ruínas arqueológicas. Rapidamente se deu conta que o que gostava de fotografar era o povo português e a sua alma, que nessa altura vivia sob o regime de Estado-Novo de Salazar. Tirar fotos em 1968 era difícil porque as leis proibiam fotografar em transportes públicos ou retratar o povo português de outra forma que não feliz.
“Naquela época, vi o carácter dos portugueses como desesperança. Por fim, em 1974, as pessoas ficaram livres. Nunca esqueci o tempo que estive naquele país e passei a admirar a perseverança dos portugueses. O povo emergiu como o vencedor de uma revolução praticamente sem derramamento de sangue, que orgulhosamente apelidaram de Revolução dos Cravos. A minha admiração pela alma portuguesa é inabalável”, explica o artista.
Cerca de 50 anos depois, em 2016, Slavin regressou a Portugal para registar as diferenças, progressos e desenvolvimentos do país, para fechar o trabalho que considera ser o mais importante da sua vida. Estas 50 fotografias, inéditas de um Portugal a cores, representam o autêntico processo de transformação do país. Além dos registos fotográficos, o artista filmou “Saudade: A love letter to Portugal”, um longa-metragem documental que terminou de gravar em Lisboa, em março de 2022, e que retrata o povo português na sociedade contemporânea.
“A diferença entre as minhas fotografias de 1968 e de 2018 não está no preto e branco ou nas cores. Está na ausência de desespero e na materialização da saudade, essa essência das pessoas. Está na descoberta da minha própria saudade ao fim de 50 anos, o meu próprio sentimento pelas pessoas que tanto amava antes e agora”, resume Slavin.
O público poderá visitar a exposição a partir das 12h durante a semana e a partir das 10h aos fins de semana, até às 19h (hora da última entrada), sendo os preços dos bilhetes para a exposição de 10€, para o filme de 5€ e para ambos de 12€. Os mesmos poderão ser adquiridos presencialmente ou no site do WOW, e incluem a oferta de um cálice de vinho do Porto.