Foram 12 anos de pesquisas, que resultaram em perfumes inéditos no mundo. Tudo feito em parceria entre o Instituto Agronômico (IAC), que completa 132 anos de existência e a Natura, maior multinacional brasileira de cosméticos.
Uma imersão na biota na Mata Atlântica realizada pela equipe do IAC juntamente com a Natura, iniciada em 2006, buscava espécies nativas com potencial aromático nesta que é uma das regiões mais ricas da biodiversidade. Desse robusto projeto, que atuou na vocação brasileira de uso da biodiversidade com conservação ambiental, nasceram os perfumes “Química do Humor” e Urbano Noite, lançados pela Natura em 2019 e 2018, respectivamente. Essas fragrâncias, inéditas na perfumaria mundial, trazem pela primeira vez o óleo essencial de Piper, uma pimenta da Mata Atlântica.
No perfume #urbano, a abordagem é de uma marca jovem da Natura com uma fragrância marcada por notas vibrantes, modernas e aromáticas com a pimenta trazendo um toque de ousadia e personalidade única. Já no perfume Química do Humor, uma marca descontraída também voltada ao público mais jovem, o ingrediente entra para trazer contraste e agregar uma experiência surpreendente ao lado das notas de romã, fruta explosiva e afrodisíaca, de acordo com o Time de Ingredientes da Natura.
Das primeiras prospecções, realizadas ainda nas reservas existentes nas áreas do IAC e nos polos regionais da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), presentes em municípios paulistas, até a etapa em que os óleos essenciais foram transformados em produto, vários estudos foram conduzidos.
Sob a liderança de Márcia Ortiz Mayo Marques, pesquisadora do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, o estudo foi conduzido de modo a auxiliar às indústrias de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, que buscam tecnologias sustentáveis para o manejo adequado da flora aromática nacional. , sendo necessário conhecer as espécies de plantas e seus potenciais, além de saber cultivá-las. “A parceria entre IAC e Natura permitiu o estudo da biodiversidade dessas regiões em busca de novos óleos essenciais. As pesquisas incluíram análises químicas, olfativas, genéticas, taxonômicas e a fisiologia das plantas, além da propagação das espécies selecionadas com potencial olfativo — todas nativas da Mata Atlântica.” disse Márcia
A espécie que deu origem aos perfumes recém-lançados é cultivada. Segundo a pesquisadora, após o estudo desenvolvido com financiamento da Natura, foi transferida para a empresa a tecnologia de cultivo. “Apesar de a espécie utilizada ser abundante, fizemos o cultivo justamente para preservá-la”, diz Márcia. Nas pesquisas também foram descobertas outras espécies promissoras, todas repassadas à Natura, e o projeto em parceria foi concluído.