Situações de violência contra a mulher, mapeadas a partir de geolocalização, poderão ser relatadas à plataforma Mulheres Positivas a partir do início do ano que vem para o encaminhamento à investigação das autoridades.
Segundo a executiva Fabi Saad, que fundou a plataforma em 2010, será possível utilizar a plataforma, hoje disponível nos formatos de aplicativo para celular e desktop, para realizar denúncias de violência por meio de uma espécie de “botão do pânico”. “Quando a mulher fizer a denúncia, saberemos onde ela está graças a mecanismos de geolocalização e encaminharemos esse chamado diretamente para o programa SOS Mulher, do Governo do Estado de São Paulo [em casos de violência doméstica], ou mesmo para a polícia [outros casos de violência de gênero]”, explica a executiva.
Waze da Violência – Outra novidade será o mapeamento de pontos vulneráveis para a violência contra a mulher, de quaisquer cidades de onde seja feito o acesso, a fim de que as chamadas “zonas de perigo” sejam sinalizadas – independentemente de regiões ou áreas socioeconômicas. Esse tipo de ação, uma espécie de “Waze da violência contra mulher”, já vem sendo implementado em aplicativos análogos na Europa, em países como Itália, França e Reino Unido.
No último dia 13 de dezembro, Fabi participou do maior congresso sobre empreendedores na Itália, o Startup Itália. Uma das iniciativas que participaram do evento foi o programa “Unstoppable Women”, vertente de negócios e debates voltada a mulheres empreendedoras. “Fechamos uma parceria com uma empreendedora italiana para, em conjunto, reproduzir o modelo aqui no Brasil e em países da América Latina, com estatísticas locais combinadas a inteligência artificial de programação deles e nossa – esse tipo de serviço que já funciona muito bem em países europeus. Estamos unindo forças para que esse ‘Waze da violência’ estabeleça um mapa de calor que forneça mais segurança ao ir e vir das mulheres que utilizam o Mulheres Positivas no Brasil e o Mujeres Positivas em outros países da América do Sul”, define Saad, que gerencia
Ainda sobre o evento com as empreendedoras na Itália, Fabi destacou a percepção de que, com a retomada dos serviços após quase dois anos de pandemia, a tendência que parece se firmar entre os europeus é a de definição pelo trabalho híbrido, apontado no congresso como uma vantagem para colaboradoras e/ou empreendedoras que também são mães. “Muitas empresas tocaram no tema da violência contra mulher, foi algo positivamente surpreendente; por outro lado, se desenha um cenário muito favorável a mães que trabalham ou empreendem em locais fixos de trabalho e que poderão, sobretudo exercendo maternidade, fazer isso também de casa de forma definitiva, modelo híbrido”, complementa a executiva.