Segundo dados publicados em abril de 2023 pelo ISTAT – Instituto Italiano de Estatística, órgão equivalente no Brasil ao IBGE, a produção italiana de vinhos em 2022 foi de 54 milhões de hectolitros, valor 6,1% superior ao verificado no ano anterior, e 14% maior que a média dos últimos 10 anos, confirmando ser a Itália o maior produtor mundial da bebida, com cerca de 10 milhões de hectolitros a mais que a França, segunda colocada no ranking.
As exportações italianas de vinhos, que representam cerca de 25% do total de alimentos e bebidas comercializados pela Itália além de suas fronteiras, também colocam o país no topo do ranking dos maiores exportadores mundiais da bebida. Segundo dados do instituto italiano de estatísticas, a Itália exportou em 2022 o equivalente a 17,6 milhões de hectolitros, tendo como principais mercados Estados Unidos, com quota de 20,6%, seguidos por Alemanha (16,8%) e Reino Unido (13,5%). Entre os países latino-americanos, despontam México (1,0%) e Brasil (0,6%).
Jovem, porém em expansão, o mercado Brasileiro de vinho que, segundo dados da consultoria Euromonitor International é de aproximadamente 3,9 milhões de hectolitros por ano, deve crescer 40% até 2026, atingindo cerca de 5,4 milhões de hectolitros. E de olho nesse crescimento, a Italian Trade Agency (ITA) vem intensificando seu programa de ações no Brasil, buscando ampliar a participação italiana nesse mercado.
Logo depois de enviar uma delegação de compradores brasileiros para a Vinitaly, em Verona, a agência italiana realizou mais uma edição do evento I Love Italian Wines, organizado em conjunto com as feiras Vinitaly e Wine South America.
Realizado pela segunda vez em São Paulo (31 de maio) e pela primeira no Rio de Janeiro (1° de junho), sendo dirigido exclusivamente para profissionais do setor, o I Love Italian Wines reuniu cerca de 800 compradores, jornalistas e influenciadores que, nos dois dias de evento, puderam apreciar mais de 300 vinhos trazidos ao Brasil pelas principais importadoras atuantes no país, bem como por vinícolas ainda inéditas no país.
Entre os rótulos apresentados, uma seleção de 21 escolhidos por Jorge Lucki e Dionísio Chaves foram temas de concorridíssimas masterclasses conduzidas pelos especialistas, respectivamente, em São Paulo e Rio de Janeiro.
Não obstante seja famosa por seus tintos, entre os quais destacam-se Brunellos, Amarones e Barolos, a produção italiana de brancos é a mais significativa em volume, tendo atingido 31,2 milhões de hectolitros em 2022, contra 22,8 milhões de tintos.
Os vinhos DOC representam mais de 45% da produção total e, se somados aos vinhos IGT, a produção de vinhos italianos com alguma denominação de origem ou indicação geográfica, supera 71% do total. A produção de vinhos DOC, equivalente a 24,6 milhões de hectolitros, também deu um salto em relação à média do último decênio, registrando crescimento de 25%.
A produção vitivinícola italiana está presente em todas as 20 regiões do país. A principal é o Vêneto, com 11,9 milhões de hectolitros; seguida pela Puglia, com 10,8 milhões de hectolitros; pela Emília-Romagna, com 6,1 milhões de hectolitros, e pela Sicília, com 5,9 milhões de hectolitros. Outras importantes zonas produtoras são: Toscana (2,4 milhões de hectolitros), Piemonte (2,4 milhões de hectolitros) e Friuli-Venezia Giulia (2,2 milhões de hectolitros).
Em valor, as exportações italianas atingiram em 2022 a importante marca de USD 7,8 bilhões, dos quais 24,6% em vendas realizadas nos Estados Unidos, 13,9% para a Alemanha e 10,5% para o Reino Unido.
As exportações para o Brasil, 4° principal mercado nas Américas também em valor, foram de USD 36,7 milhões em 2022. Nos primeiros cinco meses de 2023, somaram aproximadamente USD 14,7 milhões, segundo dados do Ministério Brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Além da delegação brasileira enviada para a Vinitaly e das duas edições do I Love Italian Wines, o plano de atividades promocionais da Italian Trade Agency (ITA) no Brasil prevê a realização de pavilhões italianos nas feiras Wine South America, em Bento Gonçalves (12 a 14 de setembro), e Prowine, em São Paulo (3 a 5 de outubro), além de um calendário de ações voltadas para o consumidor final, que serão realizadas no segundo semestre em conjunto com importantes redes de supermercados e e-commerces atuantes no país.
Um ano regado a muito vinho italiano, fazendo jus à posição da Itália de maior produtor e exportador mundial de vinho, bem como de detentora da maior variedade produzida da bebida (mais de 3 mil tipos) e do maior número de uvas autóctones disponíveis em seu território (545 apenas entre as destinadas à produção de vinho).