O Programa do Centro Cultural Vale Maranhão leva para as ruas do centro, uma programação com performances, oficinas de dança e intervenções urbanas Trata-se do Programa Território Corpo, está acontecendo de hoje, dia 13 a 23 de outubro. Segundo o diretor e coordenador artístico do Centro Gabriel Gutierrez “A rua é o lugar de criação artística e experiência estética mais democrático que há, sempre nos brindando com temas urgentes, que precisam e devem ser debatidos. Levar a programação do Território Corpo para a rua é uma forma de proporcionar isso, por meio de investigações e experiências coreográficas. Para o artista é jogar com o inesperado, com o improviso; para o público, é a oportunidade de estabelecer conexões em diferentes linguagens, participando e interferindo diretamente nas performances e nas oficinas propostas”, afirma
As mulheres que toparem participar da performance: Revela-se/Rebela-se! de Lidya Ferreira, que acontecerá no dia 22 de outubro, poderão criar com seu corpo e com alguns objetos, três imagens referentes às questões propostas.
Já a performance Mergulho III, de Áurea Maranhão, marcada para 15 de outubro, abordará o ciclo vida-morte-vida por meio de um jogo cênico estabelecido entre a imagem e a música, criando ritmos e frequências sonoras, convidando os transeuntes a mergulharem nas partituras e movimentos da performer dentro de uma banheira ao ar livre.
Na programação de conversas, o destaque fica por conta do bate-papo “Viver a cidade – olhares e experiências no centro de São Luís”, com: Maria de Jesus Almeida, Jandir Gonçalves e Vicente Martins Jr, que acontece amanhã, dia 14, e traz a importância da rua como lugar de vivências estéticas no seu cotidiano e como plataforma de manifestações artísticas.
Outra conversa que merece atenção é a “Rua das Mulheres”, com Valda Lino, Andrea Guzmán Jerez e Lidya Ferreira, realizada no dia 19 de outubro, e que trará a rua como espaço de revolução feminina.
Entre as oficinas, a Matrake, com Negroni e Davi Blyndex, agendada para os dias 20 e 21 de outubro, trará dois dias de workshop, com aulas de conhecimento e expressão corporal e o tradicional Vogue Femme da cultura Ballroom, que nasceu nos Estados Unidos nos anos 60. Para pôr em prática os movimentos, o encerramento será um desfile pelas ruas e praças do Centro de São Luís, mostrando porque o Vogue é sinônimo de ocupação, resistência e celebração da comunidade negra latino-americana LGBTQIAP+.
Na Oficina de Lambe, com Dinho Araújo, marcada para os dias 16 e 23 de outubro, a fotografia e a performance interagem como modos de encontro com o espaço da Praia Grande e do Desterro, bairros do Centro Histórico de São Luís, a partir da criação de uma dança-imagem. Dividida em dois momentos, entre conversa e prática, a ação apresenta diferentes tipos de papéis e recursos de impressão disponíveis para execução de um mural de lambe-lambe, convidando a pensar o território do Centro por meio do corpo e da intervenção urbana.
“Na rua, os territórios do corpo fazem morada e constroem imagens, habitam os fluxos urbanos, compõem as arquiteturas e perpassam pelo campo do material e do imaterial. Há uma cultura e uma pluralidade estética que é própria da rua, há uma beleza na existência que só acontece no encontro com a rua. Assim, ir ao encontro da rua e das potencialidades artísticas que esta oferece, pode ser uma maneira de ir ao encontro de si mesmo na relação com o outro, na relação com mundo”, afirma o professor e diretor teatral Abimaelson Santos, que assina a curadoria do programa com o artista Calu Zabel.