A Renner, na sua coleção Outono/Inverno 2020 propõe ressignificar a força das recordações ao transportar um universo de memórias para produções supercontemporâneas. Dentro dessa esfera de lembranças afetivas, a marca apresentou suas apostas para a temporada em um desfile para convidados. O evento aconteceu ontem, 09 de março, no Jockey Club de São Paulo.
Com styling de Thiago Ferraz, os 60 looks da coleção desenvolvida pelo time de Estilo e Produto da Renner exploraram períodos da moda de diferentes décadas e que remetem a sensações de conforto e felicidade. A trilha sonora ficou por conta do trio Gilsons, formado pelo filho e netos de Gilberto Gil, trazendo o legado musical de um dos maiores artistas brasileiros. Francisco, João e José Gil lançaram o projeto em 2018 e hoje levam o som autoral cheio de brasilidade para todo o país, renovando a diversidade da música popular brasileira.
Em três blocos, a apresentação da coleção iniciou pela nostalgia sofisticada dos anos 70, passando pelo confronto de padrões do tradicionalismo do preppy e dos revolucionários grunge e punk dos 90. Por fim, transitou pelo glam marcante da década de 80, com destaque para a valorização da arte pontuada através das estampas.
Inspirada na força das presenças femininas que fizeram parte da nossa história, a primeira parte do desfile trouxe a elegância dos anos 70 com nuances do boho. Registrado na nossa memória, o jeito de vestir das nossas mães e avós influenciam produções atuais com camisas com laço na gola; calças retas, raw denim, mangas diferenciadas, além de vestidos fluídos e saias midi, complementados com botas longas.
A força das cores neutras se apresenta em looks monocromáticos, ao lado de peças com estampas paisley, florais mais leves e miúdos e prints com fundo escuro. Outra presença marcante foram as produções double jeans, com matéria-prima reciclada do selo Re – Moda Responsável.
O resgate do estilo casual sofisticado setentista também se manifestou nos acessórios, como em lenços lisos e estampados – por vezes amarrados na cabeça, outras em forma de laço no pescoço – e diferentes estilos de botas. Bolsas estruturadas, óculos quadrados, sandálias com tiras finas e mules também são elementos que se destacam. Os cintos voltaram com força total, marcando a cintura, que apareceu mais alta nas produções.
A diversidade de estilos foi evidenciada no segundo bloco, relembrando tendências que marcaram o comportamento jovem dos anos 90. Nesse momento, a Renner sugeriu uma quebra do tradicional preppy com a estética de movimentos culturais, que ficaram registrados na memória de quem viveu a década. Aqui, os uniformes escolares e as camisas polos com brasões se misturam a elementos do punk e do grunge.
Na passarela, o sportwear se misturou ao xadrez do grunge, cardigãs compridos apareceram com vestidos e saias de tule, somados com coturnos pretos, metalizados ou com tachas. Adaptada aos tempos modernos, a alfaiataria com caimento perfeito contrasta com peças de moletom, shoulder bags e tênis chunky.
Já o glam memorável dos anos 80 trouxe para o desfecho do desfile a sensualidade da época, tanto em looks femininos como masculinos. Para os homens, camisas mais abertas e calças de alfaiataria retas. Para as mulheres, um respiro sexy e sofisticado com vestidos com laço no ombro, volume nas mangas, saias mais curtas, transparências, sandálias finas, botas longas, além de muito paetê, renda e veludo – marcantes nos looks oitentistas.
A Renner também reproduziu quadros icônicos dos artistas Delacroix e Rozier, apresentados nas estampas de vestidos e camisas. A temática da arte e da cultura tem sido recorrente nas coleções da marca, que apoia diferentes iniciativas e produções artísticas por meio do projeto Renner Cultural.
A Renner ainda aproveitou o momento para resgatar a sua própria história com a icônica Capa Ideal. Revolucionária para a época, ela protegia homem e cavalo do clima frio de forma eficiente e impermeável. No desfile desta segunda-feira, a peça ganhou uma releitura integrando o contexto da moda revisitada da nova coleção.