Nesta  43ª edição da Casa de Criadores, considerado o maior evento lançador de novos estilistas da moda brasileira, idealizado por André Hidalgo,  que acontece entre os dias 23 e 27 de julho no MAC (Museu de Arte Contemporânea de São Paulo) da USP, em São Paulo, a  coleção Rocio Canvas 04 marca sua  estreia  no line up  e apresenta um olhar ainda mais cosmopolita e artístico sobre o vestir, amanhã,  terça-feira (24). Esta é a terceira participação da Rocio Canvas no evento. Nas duas primeiras a marca fez parte do Lab, que abre espaço para os estilistas-revelação. “Estou muito feliz por subir para o line up oficial. A Casa de Criadores foi nossa grande estreia na passarela e essa nova experiência acompanha o nosso amadurecimento como marca”, diz Diego.

 A mulher idealizada por Diego Malicheski faz a passagem do indoor para o outdoor. Está mais prática e moderna do que nunca e totalmente mergulhada do mundo das artes. Diante dessa mudança de ambiente, as formas arquitetônicas estão menos dramáticas, embora a silhueta continue  longe do corpo. Prática, essa mulher da cidade carrega a maxibolsa Park, criada por Diego e inspirada nas bolsas térmicas que levamos para o picnic. Uma referência importante é o escultor britânico Henry Moore, cujos experimentalismos tridimensionais e orgânicos foram transferidas  para o trabalho com volumes das peças da RC.

 

A paleta de cores foi ampliada e vai do off white ao preto passando por tons de terracota, azul Klein e verde folha. As estampas exclusivas trazem a tentativa de uma (re)conexão com a natureza: textura de rochas e uma visão idílica das árvores quando deitamos sob elas.  Baseada no centro Histórico de Curitiba, a RC carrega em seu DNA um misto do exercício incansável com a estrutura e o minimalismo arquitetônico que se desdobra vezes em formas mais orgânicas, vezes em propostas mais rígidas. 

 

 

a Neriage, da jovem estilista Rafaella Caniello, desfila sua coleção Phare 003 , na quinta (26), uma continuação das coleções anteriores da marca, revelando o elemento água como fonte principal de inspiração – porém, em sua forma mais profunda, densa e melancólica. 

 

“O velho e o mar”, de Ernest Hemingway, é utilizado como base para ilustrar a relação poética entre o homem e o oceano. A relação da pele com a água salgada, do ser homem com o ser marítimo. A feminilidade das águas, mesmo em seus momentos mais imoderados e selvagens.

Tecidos naturais acetinados com aspectos molhados e texturizados, plissados, cordas, listrados, bordados de linha e sobreposições; silhuetas monocromáticas, do azul intenso aos beges da superfície. A gradação de cores e texturas, como em ondas, simboliza as diversas fases do mar em relação à lua – ou como um temperamento feminino do início ao fim do dia.