O Samba Paulista é o primeiro patrimônio imaterial do Estado de São Paulo, oficialmente reconhecido pelo o Condephaat (Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico). O conselho aprovou, por unanimidade, o registro do Samba Paulista como patrimônio imaterial.
Foi entendidoque o Samba Paulista é uma pratica cultural a ser preservada e que possui características históricas, culturais e políticas, bem como especificidades paulistas. O registro é uma maneira salvaguardar o desejo de uma comunidade em manter viva uma tradição, que pode vir a sofrer mudanças com o tempo. Outras práticas culturais do Estado também estão em estudo, como a Congada, o Virado Paulista, a Festa do Bom Jesus do Iguape e o Caminho dos Romeiros, além da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.
“Esta é uma iniciativa inédita importante que se une ao esforço do Condephaat de pensar novas políticas públicas, em uma aproximação entre o Estado e a sociedade de uma maneira responsável, colocando a questão da preservação como uma política permanente, atuante e com vistas para o futuro”, declarou a presidente do Condephaat, Ana Lanna.( na foto em destaque)
O registro imaterial foi criado por meio do decreto 57.439, de 2011, e permite o reconhecimento de manifestações culturais do Estado. Desta forma, além de proteger imóveis e bens importantes para a história do Estado, o Condephaat também pode preservar seu patrimônio imaterial. O objetivo é identificar e reconhecer conhecimentos, formas de expressão, modos de fazer e viver, rituais, festas e manifestações que façam parte da cultura paulista.
No caso do Samba Paulista, o registro considerou sua longa duração, mais que centenária, marcada pela confluência entre escravidão e pós-abolição, trabalho e lazer, festas sagradas e profanas, além de iniciar a história do associativismo negro e suas vertentes culturais. O Conselho entendeu também que este reconhecimento, articulado a uma dinâmica institucional já existente na Secretaria de Estado da Cultura, aponta para desdobramentos em que o próprio desenho dos contornos do patrimônio imaterial pode vir a ser realizado em dialogo com agrupamentos e comunidades diretamente interessadas.