Depois de um primeiro final de semana arrebatador, o projeto “Ocupação Rio Diversidade” segue para sua última semana (até dia 30 de julho, sábado) no Centro Cultural Municipal Oduvaldo Vianna Filho, no Castelinho do Flamengo. Idealizado pela dramaturga e empresária cultural Márcia Zanelatto, o projeto tem programação gratuita de quarta a sábado com quatro monólogos, um espaço lounge onde a drag queen Magenta Dawning recebe convidados especiais e, aos sábados pela tarde, debates com intelectuais renomados como a filósofa Carla Rodrigues.
Circulando pelos ambientes do Castelo, os espectadores verão as diferentes encenações. Os quatro monólogos, escritos especialmente para a Ocupação, são assinados por Jô Bilac, Marcia Zanelatto, Daniela Pereira de Carvalho e Joaquim Vicente, e têm direção de Ivan Sugahara, Guilherme Leme Garcia, Renato Carrera e Cesar Augusto, respectivamente. Em cena estarão Gabriela Carneiro da Cunha, Larissa Bracher, Kelzy Ecard e Thadeu Mattos.
Rui Cortez assina a direção de arte das quatro peças e a iluminação ficará a cargo de Daniela Sanchez e Tiago Mantovani, que, também fazem uma luz especial para a fachada do Castelinho. A arte gráfica, aplicada a simpáticos souvenires, é de Daniel de Jesus.
Em 2013, Marcia Zanelatto esteve em Londres para uma mostra de dramaturgia brasileira, a RedLikeEmbers, no Theatre503. Lá, pôde ver a eficácia da peça curta, pouco usada no Brasil, e do evento temático como propulsor de novas dramaturgias, o que serviu de inspiração para montar uma ocupação LGBTQ. O objetivo é unir arte e debate social, promovendo o encontro dos artistas com o seu público e com as cabeças pensantes da cidade, contribuindo com o fim do preconceito quanto aos gêneros.
“O Rio de Janeiro é uma cidade sensual desde sua geografia até os hábitos do seu povo que frequenta e tem na praia o seu mais democrático, festivo e poético ponto de encontro. Segundo estatísticas, 19.3% da população masculina e 9,3% da feminina são gays ou bissexuais. Isso define o comportamento do carioca, dando um tom de tolerância e simpatia à grande parte da população. É isso o que temos de valorizar e estimular! Chega de hipocrisia, chega de homofobia!” – finaliza a idealizadora do projeto.
“O Rio tem o título de uma das dez cidades mais gay friendly do mundo. No entanto, nossa produção dramatúrgica, seja no teatro, na tv ou no cinema, é dominada por narrativas e protagonistas heterossexuais. Precisamos tirar os personagens LGBTQs do armário!” – diz Márcia com humor.