Com a sua abertura em 1923, o La Mamounia, em Marrakech,    um dos mais exclusivos hotéis do mundo ,se tornou um destino clássico e imprescindível para todos os viajantes de luxo. O hotel, reabriu suas portas em 2009, depois de passar por 3 anos de reformas e restaurações, que lhe devolveram o brilho e a suntuosidade dos tempos em que cuidava de reis e rainhas, e neste mês  de outubro, o hotel completou  100 anos tendo recebido mais duas premiações   :  Melhor Hotel da África e sexto Melhor Hotel do Mundo de acordo com o ranking The World’s 50 Best Hotels 2023. Entre os VIPs que se hospedaram lá, estão  Franklin Delano Roosevelt, Charles de Gaulle, Yves Saint Laurent ,o grupo musical The Stones , entre outros

 

Para Pierre Jochem, diretor-geral,  a “Grande Dama de Marrakech”, que sempre seduziu por sua aura, nobreza e elegância, passou por outro período de obras em 2023.  preservando  seu DNA.   “Todo o trabalho foi pensado em cada detalhe e o designer francês Patrik Jouin e o arquiteto canadense Sanjit Manku executaram com maestria. Foram necessários três meses e 300 artesãos para repensar estes lugares. Por isso, em vez de utilizar a palavra renovação, prefiro inovação, que é o que foi realizado nesses dias de intensos trabalhos que antecederam as comemorações. Temos, agora, um La Mamounia centenário, porém mais jovem e mais resistente do que nunca e sempre fiel à sua herança e charme seculares”, diz.

foto divulgação

Foram revitalizados e redesenhados quatro espaços do hotel: a Recepção, as Alcovas, o Salão d’Honneur e a Galeria e Lounge  Majorelle.  Em cada um desses locais Jouin e Manku imprimiram novas energias, criando ambientes extremamente elegantes e acolhedores para homenagear a tradição marroquina de hospitalidade e generosidade. Destaque das inovações apresentadas, o Lustre Centenário, que mais parece uma joia inspirada nos adornos nômades, ilustra perfeitamente a ponte entre um passado ancestral e um presente com recursos tecnológicos e conceituais que imprimem um encantamento impactante.

 

Para criar uma transição perfeita entre o ar livre e o interior da propriedade, a inspiração mourisca se evidencia na composição e um toque art déco realça o ambiente geral. Dois salões personalizados com curvas facetadas foram criados para acolher convidados, permitindo a eles mergulhar na cultura local por meio de obras de arte que retratam cenas da vida marroquina enquanto saboreiam chá de menta. Por sua vez, os balcões de recepção foram redesenhados para facilitar uma conexão suave e criar uma área mais espaçosa. Tudo sublinhado por uma interação sutil de luz que ilumina as paredes.

 

Já no lobby, considerado o coração pulsante do hotel e situado no cruzamento que conduz ao Salão d’Honneur e à Galeria Majorelle,  os responsáveis pelas obras de renovação criaram um elemento extraordinário: o Lustre Centenário, carinhosamente conhecido como “Joia da Grande Dama”. Perfeitamente integrado ao teto piramidal, a obra é uma homenagem às artes e tradições marroquinas, bem como à feminilidade berbere. Inspirado nas joias tradicionais, conhecidas como “tamazight” e transmitidas de geração em geração, o lustre foi concebido como uma escultura luminosa. Como dois colares suspensos no espaço, faz uma alusão ao adorno berbere de forma ampliada, mas visualmente leve, permitindo ao olhar vislumbrar as perspectivas de outros espaços.

 

Denominadas carinhosamente comoAs alcovas”  do hotel, transportam os visitantes, desde o momento do check-in, para um mundo impregnado de mistério e exotismo. Esses espaços íntimos evocam uma época em que os viajantes se reuniam nos oásis marroquinos para relaxar e usufruir da magia bucólica do lugar. Para recriar esta atmosfera, Jouin e Manku desenharam móveis inspirados nos grandes sofás encontrados no interior do país, conhecidos como “sedari”. Cada alcova conta uma história única por meio de um tema específico ilustrado por objetos, esculturas  e fotografias históricas, frutos de pesquisa e curadoria. Em conjunto, esses espaços são um convite a explorar a cultura marroquina, proporcionando aos hóspedes uma imersão autêntica no patrimônio e nas tradições locais.

 

O Salão d’Honneur , historicamente, serviu como entrada principal do hotel e foi transformado em um pequeno museu com um “Muro da Fama”, instalação que acolhe fotos de personalidades que frequentaram o La Mamounia ao longo de sua história. No ambiente, uma icônica estátua de um dromedário é exibida com destaque.  A disposição dos móveis reinventa esse espaço, criando uma grande área de estar central que convida ao convívio. Os tons de azul escolhidos lembram os mosaicos “Zellije”, encontrados nas paredes e escadas. Complementarmente, tapetes berberes , feitos à mão pelos berberes, habitantes do Norte da África e do Saara, adicionam ao espaço um toque dos saberes tradicionais.

 

Galeria e Lounge MajorelleInspirado na pintura de Jacques Majorelle, conhecido por empregar em suas obras amarelo e verde padrões, Jouin e Manku embarcaram em uma jornada de design. Este espaço serve como uma extensão enriquecida pela interação de vidro e luz que agora enfeita o local.

O jogo mutável de luz alinha o caminho para os jardins, compondo uma atmosfera quase surreal. A harmonia entre a decoração e o mobiliário é conseguida com o uso de peças de design reminiscentes do art déco. Já o Lounge Majorelle ganhou novos usos com o antigo bar italiano. O longe oferece uma vista privilegiada para as centenas de palmeiras da propriedade através das janelas, que se tornaram ainda mais transparentes. Assim, tornou-se um espaço ideal para desfrutar de um salão de inverno ao mesmo tempo em que estabelece uma harmoniosa conexão entre os espaços internos e externos.

 

E  Pierre Jochem, declarou: “Esses dias foram uma verdadeira celebração do patrimônio do La Mamounia e de sua contribuição para a promoção da cultura marroquina em todo o mundo. Estamos orgulhosos do que realizamos ao longo deste século de história e desejamos continuar a receber viajantes de todas as localidades pelos próximos 100 anos.”