Para Marta Rossi , CEO da Rossi & Zorzanello Feiras e Empreendimentos, a coragem de empreender em tempos difíceis é uma característica da família, está no DNA, e foi o que forjou o recomeço das vidas dos imigrantes que chegaram no Sul do Brasil, na Serra Gaúcha e em Gramado. “Eles encararam imensas adversidades e precisaram de força e cooperação para sobreviver e construir um novo futuro. Foi preciso muito esforço, muito trabalho, muita dedicação, persistência e resiliência.
Tudo isso ainda é contado e transmitido aos mais jovens nos nossos almoços de domingo, onde as famílias inteiras se reúnem para ouvir histórias de coragem, determinação, empreendedorismo, sonhos e visão de futuro. As novas gerações, até então, conheciam apenas de ouvir falar sobre todo aquele sacrifício admirável para construir, em um novo lugar, muito longe de seu berço, uma nova esperança. Por décadas vivemos assim, valorizando nossa memória com as histórias de nossos “Nonnos”.
Então 2020 chegou com um cenário que se desenhava animador. O mundo já dava sinais de mudanças, mas a corrida desenfreada rumo a conquistas nos impedia de enxergar. De repente um grande abalo, uma catástrofe inesperada para o qual não estávamos preparados, nos tira o chão, o rumo e as certezas com efeitos devastadores que sentiremos por muito tempo. Somos todos nivelados a um mesmo patamar, onde a possibilidade de soluções poderão ser fortalecidas a partir do diálogo, da união, da troca e da solidariedade. A natureza nos mostra o quão pequenos somos, que viver é um eterno recomeçar e que o conhecimento é um alimento diário e insubstituível.
Mesmo com as dificuldades que sempre tivemos para empreender no Brasil, não víamos um obstáculo tão grande há muito, muito tempo. Estávamos acostumados a lutar todos os dias, mas ainda sentíamos o conforto de alguma sensação de controle ou de previsibilidade. Só que de repente um inimigo invisível surge e desconstrói o que levamos uma vida para construir. Nos desestrutura a tal ponto que nos sentimos perdidos num mar de dúvidas e incertezas do dito “novo normal” – sobre o qual tanto se fala, mas de fato ainda pouco se sabe. E com isso veio um sentimento até então esquecido por muitos: de isolamento, solidão e vazio. Empresas em silêncio, cidades em silêncio… medo, ansiedade, insegurança. Sem sair do lugar, parece que chegamos a um destino desconhecido. Então, como numa viagem no tempo, nossas memórias voltaram ao que ouvimos nas histórias do final do Século XIX, e temos a possibilidade de buscar na força de nossas raízes o combustível para recomeçar.
O Brasil é um país exemplo de força e coragem. Em todas as regiões encontramos a riqueza das memórias e das histórias de luta, de força e de coragem da nossa gente. Embora cada uma tenha seus marcos e paradigmas distintos, somos uma nação forte e que resiste, e devemos resgatar esses valores para, a exemplo de nossos antepassados, recuperar a economia, as empresas e os empregos. E não nos conformarmos com as dificuldades, mas lutamos para construir oportunidades.
E foi com essa inspiração, na nossa gente, na nossa história e na força do que já fizemos, que temos buscado incansavelmente criar e inovar. Mesmo nos dias cinzentos, com as notícias tristes, nós não desistimos e apostamos na coragem que vem das nossas origens. O ser humano não mudou e ele precisa da esperança para viver.
Sempre tivemos em nossa essência, o valor colaborativo e a determinação para construir. Decidimos então que deveríamos antecipar etapas para contribuir neste novo momento na recuperação do turismo e dos eventos fazendo algo que sempre foi nossa missão – aproximar pessoas, empresas e destinos. Unir e colaborar para que, juntos, possamos fazer um novo começo. Entre as iniciativas planejadas neste período está a criação do Festuris Connection que busca na tradição da hospitalidade e do bem receber do povo brasileiro a oportunidade da troca e da colaboração entre importantes referências do turismo e dos eventos de nosso país e de nações amigas, para debater a reconstrução dos destinos turísticos.
O Festuris Connection já nasce com uma importante missão: ser o farol para a reinvenção de profissionais, empresas e destinos. Para recuperar o nosso Brasil, nada melhor do que realizar conexões com países que enfrentam ou enfrentaram o mesmo. O intercâmbio de ideias com Portugal, Uruguai e Estados Unidos aproxima e fortalece a relação entre as nações. Cria laços valiosos e auxilia o turismo brasileiro na adoção de práticas que deram certo no exterior.
Para traçar caminhos é preciso provocar conexões com quem está um passo à frente de nós. Se o mundo mudou, nós queremos fazer desta mudança algo positivo. O conteúdo de qualidade leva à sabedoria, que por sua vez derruba qualquer barreira. Tudo isso vai passar e o turismo dará a volta por cima. A nossa satisfação está em fazer parte disso e saber que contribuímos para a construção de um novo momento.” afirma