Fiel à premissa de que o maior produto do Brasil é a natureza e de que o luxo reside na autenticidade, a associação de empresários BLTA – Brazilian Luxury Travel Association, fez questão de marcar seu posicionamento diante dos focos de incêndio que foram noticiados amplamente e com grande repercussão mundo afora.
“Uma coisa é fato: onde há fumaça há fogo, já dizia o provérbio a nos alertar sobre algo misterioso”, afirma a diretora executiva da BLTA, Simone Scorsato. Infelizmente, neste mês de agosto ganhamos o ‘Trending Topic’ com a devastação da Amazônia pelo fogo. O mundo fala da fumaça que sai do Brasil”, complementa.
De janeiro a agosto deste ano, as queimadas na Amazônia brasileira dobraram em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisa), mais de 53 mil focos foram registrados no Norte do País (Mato Grosso, Pará, Rondônia, Acre e Amazonas) e em parte do Maranhão. “Esses focos de incêndio estão vinculados à expansão de áreas para cultivo agrícola e ocorrem, principalmente, em áreas com infraestrutura e estradas que permitem o fluxo da produção para as áreas de consumo e exportação. Felizmente, a região onde estão situados dois de nossos associados, Anavilhanas Lodge (centro-norte) e Cristalino Lodge (sul), não está sendo afetada pelos incêndios e pela devastação”, comenta Simone.
Ainda de acordo com ela, é lamentável e inaceitável o que está acontecendo na Amazônia, um bioma de extrema importância para a humanidade e um dos “Top Destination” quando se fala em viagens de experiências no Brasil. “Para manter a floresta em pé precisamos não só do conhecimento tradicional das comunidades indígenas e ribeirinhas que vivem de e para a floresta, mas de uma política ambiental que garanta a conservação de nossos recursos com um modelo de desenvolvimento sustentável”. O mundo conhece o Brasil pela sua riqueza natural e, em especial, pela grandiosidade da Amazônia, que sempre habitou o imaginário do estrangeiro com seus mistérios, sua fauna e flora, com os ritos e saberes das populações indígenas, com a diversidade de insetos, de cores, de sons de cheiros. Hoje, é possível fazer turismo de alto nível na Amazônia, recebendo turistas do mundo inteiro para navegar em suas águas. Igualmente é possível conhecer e vivenciar verdadeiros safaris no Pantanal, no Cerrado e na Amazônia. Queremos que o mundo viva esta experiência e veja que o Brasil é um país possível para um turismo responsável”, afirma.
O presidente da associação, Martin Frankenberg ressaltou que a BLTA trabalha para promover as melhores experiências em turismo com alta qualidade e segurança.
Segundo os dados apresentados pelos dirigentes da BLTA durante o evento, o mercado brasileiro de turismo de luxo registrou um faturamento estimado de R$ 871 milhões em 2018, acolhendo 532 mil hóspedes no ano – algo que equivale a uma média de 1,4 mil hóspedes por dia. Os números são do anuário da BLTA, trabalho de pesquisa realizado em parceria com o Senac. O levantamento considerou os 38 integrantes da entidade, sendo 34 hotéis e 4 operadoras. Dos empreendimentos analisados, a maioria (40%) tem entre 1 e 24 unidades habitacionais, cerca de 30% possui entre 25 e 59 e os outros 30%, mais de 60.
Tendo a sustentabilidade como um dos pilares da BLTA, Simone citou que, em 2017, foi criado um fundo para projetos sustentáveis, a associação passou a apoiar o ICMBIO e a Ilha de Alcatrazes. Também foi concebido o Prêmio Visão Sustentável justamente para estimular os associados a adotarem boas práticas. Essas ações buscam, em conjunto, atuar na consolidação do Brasil como um destino de turismo de luxo.
Outros dados do anuário, os quais ajudam os empresários e a BLTA no direcionamento estratégico das ações comerciais e de promoção do Brasil, indicam que 47% dos associados apoiam projetos estritamente ligados às comunidades locais. Destes projetos, 47% referem-se à formação e conhecimento, 21% à conservação e preservação da fauna e flora de ecossistemas brasileiros, 18% à difusão cultural e melhoria na imagem do destino e 12% a ações que possibilitam geração de trabalho e renda nos destinos turísticos. “Outro dado importante é que 73% dos associados reduziram o uso de plástico no seu empreendimento, principalmente na eliminação do uso de canudos de plástico”, destaca Simone.
Além disso, ela cita que o total de áreas preservadas em propriedades é de 65.000 hectares, envolvendo Amazônia, Pantanal e Mata Atlântica. “Sabemos que nossa maior riqueza é a nossa diversidade natural e cultural. Hoje, 44% dos nossos hóspedes são estrangeiros e originários, em sua maioria, da Inglaterra, França e Estados Unidos. Queremos receber mais viajantes do mundo para que falem de nossa Amazônia. Nossos receptivos (Auroraeco, Matueté, Passion Collection and Rio Life Personalized Tour) estão operando normalmente os roteiros para a Amazônia. Sabemos que, mesmo após apagar o incêndio, a fumaça continua. Buscamos ser ‘trending topics’ de boas práticas em comparação a outros destinos internacionais, pois sabemos que o mundo necessita de boas práticas e cada um deve ter seu compromisso em ser mais ‘verde’. Devemos nos unir, ajudar as instituições e organizações que trabalham na conservação da floresta para continuamos a ser ‘Trending Topic’s Destination’. Agora, mais do que nunca a floresta precisa e está esperando por você”.