As ruas e os espaços públicos de São Paulo são
verdadeiras galerias de arte a céu aberto que abrigam as mais expressivas obras
da arte mosaica. Criados por grandes artistas do segmento, os painéis em
mosaico paulistas, além de ser elemento de modernização da arquitetura, também
contribuíram para o crescimento econômico da cidade. Essa análise é feita pela
arquiteta e especialista dessa arte, Isabel Ruas, autora do livro
“Mosaicos na arquitetura dos anos 50 – Quatro artistas modernos em São
Paulo”, lançado pela Editora Via das Artes (vencedora do Prêmio Jabuti
2014, na categoria Arquitetura e Urbanismo), com o patrocínio da Cerâmica
Atlas.

Projeto apoiado pela Lei Rouanet – Lei Federal de Incentivo à Cultura e ProAC –
Programa de Incentivo à Cultura do Governo do Estado de São Paulo, a obra tem
como base a dissertação de mestrado da autora apresentada na Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo, da Universidade de São Paulo (FAU-USP), em 2000, com
orientação do arquiteto e Professor Paulo Bruna.

A publicação é uma contribuição fundamental para arte urbana no Brasil, segundo
Ana Xavier, coordenadora do projeto e diretora da Editora Via das Artes.
“Há poucas referências bibliográficas sobre mosaicos no país. E esta
publicação vem preencher uma lacuna existente no mercado, por ser um dos poucos
títulos a abordar o uso da arte do mosaico dentro da arquitetura e seu impacto
no ambiente urbano, bem como a estreita relação entre a arte e a indústria
verificada na época”, explica.
Com 196 páginas, ilustradas por fotos, o livro retrata a história da arte
mosaica e analisa a extensa produção de painéis em mosaico na arquitetura
moderna paulista, destacando suas diferenças em relação aos mosaicos europeus,
especialmente os dos artistas da Escola de Artes Aplicadas de Paris, dos anos
50. Segundo Isabel, os mosaicos paulistas da época são símbolos da modernidade
industrial e do crescimento vertiginoso da cidade. Enquanto, na Europa, a arte
mosaica tinha a preocupação de trabalhar componentes com características
fortemente artesanais em negação à indústria.

O livro ganha importância ainda maior por relevar imagens inéditas das obras de
Bramante Buffoni, o que permite conhecer um pouco mais sobre os legados desse
artista na arquitetura da cidade. Em sua análise, Ruas destaca ainda as
influências e as contribuições de Emiliano Di Cavalcanti, Serafino Faro e
Antônio Carelli no espaço urbano.

Em seu texto, Isabel Ruas observa que na década de 50, os mosaicos paulistas
deixaram de desempenhar o papel de mero acessório decorativo de espaço plano,
para se tornar parte da estrutura arquitetônica tanto de fachada e como de
interiores de edifícios. Com a evolução da arquitetura no Brasil, a produção de
painéis de mosaico ganhou força, contribuindo para o surgimento de diversas
indústrias, entre elas a Cerâmica Atlas, que passaram a fornecer cerâmicas e
outros materiais para confecção de painéis.



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