A Mul.ti.plo Espaço Arte, no Leblon, inaugura exposição de Renato Rios, artista brasiliense, nascido em 1989. A mostra “Cruzeiros” reúne cerca de 40 telas recentes e inéditas, com ensaio crítico de Marco Antônio Vieira. É a primeira exposição no Rio  de Janeiro do artista, que vive atualmente em São Paulo. A abertura acontece no dia 4 de maio, às 18h, e a mostra fica em cartaz até 23 de junho, com entrada franca.

O nome da exposição, “Cruzeiros” parte do conjunto inédito de pinturas a óleo, sobre tela ou papel. Nelas, estão algumas das marcas registradas do artista. A primeira é o uso primoroso da cor, a partir de jogos de contraste de excepcional equilíbrio e força. “Para Renato, o entendimento da pintura como acontecimento e fenômeno se dá por meio da cor. A cor dele é alquímica, onírica, alada. É uma cor que nos seduz, captura e hipnotiza. A cor na obra dele é ao mesmo tempo segredo e código, num convite para a abertura de sentidos”, diz Marco Antônio, Doutor em Teoria e História da Arte pela UnB. Outro diferencial da obra do artista é a sua habilidade em atuar nas mais diferentes escalas, mantendo a potência do trabalho – uma qualidade de raros artistas. A exposição traz obras com dimensões que vão de 0,24 x 0,18 m a 2,10 m x 1,30 m.

Segundo Marco Antônio, um dos trunfos do trabalho de Renato, também representado no nome da exposição, é a sua capacidade de fazer o cruzamento entre o figurativo e o abstrato por meio da cor. “Renato entende essa tensão a partir de uma lógica complementar, muito mais relacional do que antagônica. Sua poética deve algo ao modernismo, mas ao mesmo tempo o atualiza, acenando para o futuro”, diz ele.

Nas telas em exposição na Mul.ti.plo podemos conferir frestas, portas se abrindo, portais, estrelas, linhas que se cruzam… “Através do arranjo, da composição, do motivo, da cor, eu trabalho a pintura de forma que ela possa criar uma espécie de cruzamento entre esse mundo ordinário com outro mundo, mais ligado às ideias, à sensibilidade, ao encantamento. Eu acredito que essas pinturas são frestas que convidam as pessoas a olhar um mundo dentro desse mundo. ‘Cruzeiros” é o lugar onde se cruzam dois caminhos. Cada pintura que está ali é uma oportunidade para que se adentre em alguns mistérios”, conta o artista brasiliense de 34 anos, que expõe pela primeira vez na capital carioca