Recém-criado, o Comitê de Diversidade do WTM Latin America, onde fazem parte Adriana Cavalcanti, Carolina Stolf, Clovis Casemiro, Mariana Aldrigui, Ricardo Gomes, Rogéria Pinheiro e Wellington Melo, se reúne pela primeira vez, no próximo dia 11 de março, com o objetivo de iniciar a agenda de trabalho cujas primeiras iniciativas devem ser apresentadas durante a edição 2022 do evento, que ocorre entre 5 e 7 de abril, nos pavilhões branco e azul do Expo Center Norte, em São Paulo.

“Além de gerar negócios e oportunidades de networking, conexão e relacionamento, A WTM Latin America promove ampla reflexão e uma rica troca de ideias, refletindo o que há no mundo”, diz Simon Mayle, reforçando que “a criação do Comitê surgiu a partir dessa inquietude e da nossa vontade de atuar de forma organizada e efetiva na temática da diversidade e inclusão no turismo. Nós viajamos para outros cidades, estados e países para ampliar nosso repertório, conhecer outras culturas. Isso nos enriquece e nos torna melhores”, complementa o executivo.

 

“A discussão de diversidade é fundamental para que possamos traçar estratégias necessárias na formação do profissional dos próximos anos. E, também, em função da urgente necessidade de maior presença de mulheres, negros, PCDs e demais minorias”, diz Mariana Aldrigui, professora e pesquisa em Turismo na USP (Escola de Artes, Ciências e Humanidades). A opinião da especialista é complementada pela diretora Regional de Vendas de Hotéis Luxury, Lifestyle & Premium América do Sul da Accor, Carolina Stolf, quando questionada sobre suas motivações para integrar o Comitê. “A diversidade é uma ferramenta poderosa de transformação, e nesse momento o setor de turismo precisa se reinventar, se transformar, para sobreviver e voltar a produzir de forma sustentável, pois a diversidade gera inovação. No final, pessoas e organizações se beneficiam fortemente com abordagens diversas e inclusivas”, analisa.

 

Entre os objetivos já estabelecidos, o Comitê de Diversidade vai 1) reunir grandes mentes para mergulhar a fundos nas discussões sobre D&I na indústria do turismo; 2) ouvir e refletir sobre os conteúdos mais atualizados para encontrar novos caminhos; 3) discutir e compreender as reais necessidades comportamentais do mercado para sermos cada vez mais assertivos na criação de estratégias; 4) ampliar o pensamento coletivo do público sobre a importância desta pauta; e 5) continuar expandindo nossas mentes em busca de alternativas para um mundo mais justo de se viver.

 

Adriana Cavalcanti, empreendedora e Conselheira da WTM Latin America, fala sobre a importância da diversidade e inclusão com relação às práticas de ESG. “Algumas mudanças aconteceram nessa direção nos últimos tempos, mas ainda são incipientes. Quando toda cadeia de valor do turismo entender que ESG se pratica — tem que sair do papel para ser incorporado à cultura organizacional –, todo ecossistema de negócios se transformará traduzindo o desejo de todos os stakeholders, aí inseridos a sociedade, clientes e investidores. E D&I é um dos pilares de uma boa política de ESG”, diz.

 

Ampla e necessária, a temática da diversidade e inclusão encontra inúmeros desafios no Brasil e demanda atenção para questões como racismo, homofobia, gordofobia, acessibilidade e violência contra mulheres, para citar algumas que ganharam luz desde a pandemia da COVID-19.

 

Neste sentido, de um lado, o turismo tem papel importante de transformação, especialmente graças ao seu poder de impactar os vários players da indústria. “Historicamente, o turismo, no geral, tem sido importante para a construção de uma sociedade mais diversa. No entanto, precisamos acelerar este processo com ações e proposituras afirmativas para acelerar este processo envolvendo toda cadeira produtiva do turismo e seus atores”, diz Ricardo Gomes, presidente da Câmara de Comércio e Turismo LBGT do Brasil.

 

De outro, ainda existe um longo caminho a ser percorrido — no mundo e no Brasil. Com mais de 23 anos de experiência na temática do Turismo LGBTQ+, Clovis Casemiro, coordenador de Membros Brasil, Portugal e América do Sul da Associação Internacional de Turismo LGBTQ+ (IGLTA), acredita que “o preconceito arraigado em nossa sociedade será o grande desafio do Comitê de Diversidade da WTM Latin America. Minha contribuição será ter passado por toda essa experiência e viver o dia a dia”.

 

Lançar mão da importância e da potência da representatividade como motivação e incentivo, além de contribuir para ter vozes mais ativas para gerar oportunidades no mercado e ações de impacto prático são alguns dos motivadores de Rogéria Pinheiro, fundadora e mentora da RP Travel & Business Education, para integrar o Comitê. “Algumas grandes médias empresas vêm a passos lentos criando iniciativas, mas ainda são núcleos fechados. Não sabemos o impacto para além de suas corporações. Nós queremos e vamos gerar impacto”, diz Rogéria. Colocar em prática e ter efetividade nas ações também é o desafio sinalizado pelo diretor-geral do Hotel Unique, Wellington Melo. “Precisamos trazer o que foi definido no papel e nas discussões para o dia-a-dia, com estratégia para gerar um processo de mudança”, diz.

 

O credenciamento para a WTM Latin America 2022 já foi aberto e a visitação só será permitida mediante cadastramento prévio e apresentação do ciclo completo vacinal. Todos os protocolos sanitários estão adotados e disponíveis no site.