forumCom o tema “Novos Rumos na Alimentação Escolar Família e Qualidade de Vida”, o Fórum Regional de Alimentação Escolar acontece de 18 a 21 de agosto na Estância Turística de Águas de Lindóia, no Interior de São Paulo e abrangerá os Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, e reunirá autoridades para discutir os rumos da Alimentação Escolar no Brasil e sua relação com a sociedade num debate transdisciplinar

 

A rápida transformação na sociedade brasileira, o avanço de novas tecnologias, mudança estrutural nas famílias impõe novos desafios no contexto da educação, num modelo que converse com a realidade na sociedade, no estado e na família. Neste sentido uma alimentação escolar adequada e saudável, seja aquela fornecida pela escola pública ou privada tem papel fundamental para o desenvolvimento de cidadãos saudáveis, capaz de conduzir as rápidas transformações sociais e ao mesmo tempo ser o ator que irá conduzir as gerações futuras, com saúde, em condições de traduzir o complexo mundo da diversidade, da multiculturalidade, esses alimentos devem incorporar, portanto os benefícios ofertados pela ciência e a sabedoria da cozinha da vovó, o que culmina no alimento do presente e do futuro.

Por outro lado o Ministério da Saúde, no Guia Alimentar para População Brasileira, lançado em novembro de 2014 preconiza a utilização de alimentos in natura, minimamente processados e o consumo com moderação dos processados e recomenda a exclusão dos alimentos ultra processados na alimentação dos brasileiros, um avanço em termos de saúde pública. Além disso, o Guia faz referência ao uso sempre que possível dos alimentos orgânicos, aqueles produzidos sem nenhum tipo de agrotóxicos, o que beneficia não só a saúde humana, mas do meio ambiente.

 

Dra Joana D’arc Pereira Mura, Presidente do Comitê Científico do Fórum Regional de Alimentação Escolar

Dra Joana D’arc Pereira Mura, Presidente do Comitê Científico do Fórum Regional de Alimentação Escolar

Para a Nutricionista Dra Joana D’arc Pereira Mura, Presidente do Comitê Científico do Fórum Regional de Alimentação Escolar, “as famílias vivenciam uma realidade social bem diferente das últimas décadas, a globalização de alimentos e ideias, a força da mídia e seus apelos, a mulher entra no mercado de trabalho, o filho vai cada vez mais precoce para as escolas, a educação nutricional muitas vezes não é o foco de atenção, alia-se a isto o desmame precoce. A escola por outro lado tem por finalidade a educação do escolar, mas vem arcando com o ônus deste novo perfil social.”

Para ela o agravante é que grande parte da sociedade da Região Sudeste, área de grande desenvolvimento econômico, possui hábitos nem sempre adequados e tendencialmente busca o fast food como uma solução rápida para o preparo de alimentação familiar, infelizmente o resultado traz a preocupação com as crianças e adolescentes, onde os estudos estatísticos mostram que é rapidamente crescente o número de obesos. Por conta deste apelo e das próprias regulamentações que norteiam a alimentação escolar, o conceito do público e do privado acabam por convergir. “Precisamos de alimentação saudável, este é o conceito que deve ser adotado na busca de soluções para esta sociedade. O Fórum busca esta conversão, pois nós técnicos sentimos que precisamos alargar este conceito para buscarmos em conjunto soluções formadoras e agregadoras de novos conceitos e ideias, por isto hoje falamos em oficinas de porcionamento, memórias sensoriais, temos que nos (re) descobrir como sujeitos, aceitar e transformar as informações técnicas em avanço para a promoção de saúde. Pois embora Rts (responsáveis técnicos), embora programas governamentais precisamos de juntos construir outro olhar, escrever nossas dúvidas, discutir velhos conceitos e deles criar novas releituras sociais, incorporar novas bandeiras. Precisamos reafirmar nossos hábitos regionais, para isto precisamos definir estes novos rumos e novos sabores.”disse