Resultado das pesquisas do escritor e pesquisador em filosofia Brunno Almeida Maia sobre a história da moda, a partir do ponto de vista da literatura e da questão de gênero no ocidente A partir da inquietação “O que a literatura e a moda possuem em comum no processo de criação e na investigação do pensamento?”, o escritor faz palestra no próximo dia 11 de agosto (terça-feira), das 10h às 12h, a palestra gratuita “A literatura e a moda: a estranha relação entre as palavras e as roupas”, na Biblioteca Pública Pedro da Silva Nava.

 

 

Para resgatar a tradição entre o pontilhado da agulha no tecido e da tinta de caneta no papel, Brunno passará por um “guarda roupas” de escritores, filósofos e pensadores, que se debruçaram sobre a questão, como Virginia Woolf, Honoré de Balzac, Gustave Flaubert, Walter Benjamin, Marcel Proust, Oscar Wilde, Marina Colasanti, Platão, Ovídio, Clarice Lispector, Roland Barthes, Charles Perrault, Charles Dickens, Peter Stallybrass, Homero, entre outros. Destaque especial para a análise, na literatura brasileira, do romance Lucíola de José de Alencar.

 

“Ao longo das pesquisas sobre o tema, percebi o vínculo entre o tecer e o narrar na história das mulheres. Desde os mitos gregos, passando pelo início da filosofia com Platão, até as escritoras contemporâneas, como Clarice Lispector, contar uma história, seja ela no corpo (roupa) ou na escritura, está ligado historicamente a uma questão de gênero”, discorre Almeida Maia. De uma família formada por mulheres costureiras, o escritor rememora parte de sua infância: “Ouvia a minha avó materna contando sobre o seu atelier em Minas Gerais. Que ali era ponto de encontro das conversas que corriam as cidades. Ao fazer um vestido, uma camisa, uma blusa, ela não apenas costurava identidades, mas perpetuava a tradição oral, por meio de ‘causos’ e a capacidade de contar e recontar uma nova trama