Concentração, exposição individual de Denise Milan, abre hoje  dia 4 de outubro na Galeria Lume, na Rua Gumercindo Saraiva, 54 – Jardim Europa, São Paulo, e fica até dia  7 de novembro.  Com curadoria de Marcello Dantas, a mostra traz 14 obras, entre esculturas e trabalhos tridimensionais, desenhos e vídeos. “O que une essas obras é um elemento intangível, que é a busca por revelar uma organização formal entre dois centros: um real e um imaginário, em sobreposição um ao outro”, afirma o curador. Segundo Dantas, muitas de suas obras, independente dos suportes em que se apresentavam, revelavam uma constante busca pela ideia do concêntrico – ora como produto do acaso, ora como uma compulsão deliberada.  “Denise é uma artista altamente intuitiva, que vai à natureza buscar uma forma que está na obsessão do seu pensamento. Essa exposição revela a busca pelo concêntrico em sua pesquisa geológica, à maneira como a artista se relaciona com as formas espontâneas da natureza”, destaca.  Utilizando-se da pedra como principal eixo criativo, a artista se vale da abundância das riquezas naturais brasileiras para construir uma ponte entre ciência, arte e sociedade, tomando para si a missão de estudar a geometria das pedras que surgem em seu caminho, escutando-as e tirando delas potenciais analogias entre a geofísica e a química dos minerais com a possibilidade do homem se reconectar com a natureza e com suas origens: assim como as pedras transformam com o passar do tempo,  o ser humano também traz em si essa capacidade de se transformar. As 14 obras apresentadas na mostra são oriundas de suas pesquisas feitas com o quartzo, o basalto, o ouro e a sodalita.  A partir da investigação e do polimento delas, Denise decodifica sua linguagem e estabelece uma conexão com a Terra e a existência, explorando assim a metafísica da vida, da morte e do renascimento.

“Vivemos em uma grande pedra azul. Imaginá-la girando na imensidão do universo é compreender que somos parte de uma grande família e que estamos todos conectados”, diz Denise.

“Os achados mineralógicos trazem amostras do processo de criação da Terra. O chão em que pisamos é o elemento que nos une, uma origem que temos todos em comum”, afirma a artista. “O meu trabalho e, mais especificamente esta exposição, é um chamado para que possamos nos reconectar com a natureza. É a anunciação do despertar de um novo homem, que diante da falência das estruturas por ele inventadas, busca essa transformação, uma nova maneira de conduzir sua vida”, diz.