No próximo dia 15, no Teatro Vivo, a  atriz Mel Lisboa, estreia a emblemática trajetória da escritora russa Helena Petrovna Blavátskaya (1831-1891), cofundadora da Sociedade Teosófica, que  inspirou a criação do solo Madame – Blavatsky – Amores Ocultos.  O monólogo tem dramaturgia de Claudia Barral e surgiu a partir do contato da autora com a peça “Madame Blavatsky”, de Plínio Marcos. Já a direção é assinada por Marcio Macena.

A dramaturgia brinca com os limites da ficção, investigando convenções da representação teatral e simulando, através do texto, uma incorporação mediúnica. Trata-se de uma não-peça, já que propõe ao espectador uma espécie de experiência mística. Em cena, o espírito de Helena Blavatsky exige retornar ao teatro, utilizando-se do corpo de uma atriz, para colocar a sua controversa trajetória em pratos limpos. Como toda história tem várias versões, Helena é interrompida por outros espíritos, que também querem dividir com o público as suas impressões.

A ideia é apresentar ao público essa figura complexa, dinâmica e independente, que foi responsável pela sistematização da moderna Teosofia (que, de maneira reducionista e simples, pode ser definida como o conjunto de doutrinas filosóficas, esotéricas e ocultistas que buscam o conhecimento direto dos mistérios da vida, da natureza e da divindade).

Blavatsky surgiu em um momento histórico em que a religião estava sendo rapidamente desacreditada pelo avanço da ciência e da tecnologia. Helena, então, tornou-se cofundadora da Sociedade Teosófica, que pregava a junção de todos os credos, incentivando a pesquisa científica, o pensamento independente e a crítica da fé cega através da razão. Assim, ela viveu em busca de conhecimento filosófico, espiritual e esotérico, para desenvolver seus poderes paranormais de forma controlada, a fim de que pudesse servi-los como instrumento para a instrução do mundo ocidental. Lutou contra todas as formas de intolerância e preconceito, atacou o materialismo e o ceticismo arrogante da ciência, e pregou a fraternidade universal.

“Essa personagem única influenciou milhares de pessoas em todo o mundo desde que apareceu, da população comum a estadistas, líderes religiosos, literatos e artistas, e deve mais do que nunca ser conhecida do público. Ela abalou e desafiou de tal modo as correntes ortodoxas da religião, da ciência, da filosofia e da psicologia, que é impossível ficar ignorada. Foi uma verdadeira iconoclasta – ao rasgar e fazer em pedaços os véus que encobriam a realidade”, conta o diretor Marcio Macena.

Blavatsky também se tornou o alvo de ataques e injúrias, pela coragem e ousadia de trazer à luz do dia aquilo que era blasfêmia revelar. Lentamente, os anos se encarregaram de fazer-lhe justiça. Apesar das invectivas, considerava-se feliz por trabalhar “a serviço da humanidade”, e deu provas de sabedoria ao deixar que as futuras gerações julgassem a sua magnífica obra.

De 15 de março a 31 de maio de 2023, às terças e quartas 20h
*Não haverá sessão nos dias 21 de março e no dia 3 de maio.

Teatro Vivo – Av. Chucri Zaidan, 2460 – Morumbi

Duração: 60 minutos

Funcionamento 2h antes da apresentação e até 30 minutos após a sessão.

Ingressos: R$80 (inteira) e R$40 (meia-entrada)

Vendas online em https://site.bileto.sympla.com.br/teatrovivo / Bilheteria: (11) 3279-1520 – Horário de funcionamento da bilheteria: 2h antes da apresentação.

Estacionamento no local – Entrada pela Av. Roque Petroni Jr, 1464-
Classificação: 12 anos. Acessibilidade: Sala acessível para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.