Em meio à maior crise aérea comercial de todos os tempos com várias companhias aéreas em dificuldades de sustentar suas rotas e praticamente 90% das aeronaves paradas, o fretamento tornou-se uma alternativa para quem precisa se locomover.

Ana Benavente – Diretora Executiva da Air Charter Service para a América do Sul

Segundo a diretora da inglesa  Air Charter Service para a América do Sul, Ana Benavente, baseada em SP, pessoas físicas e empresas que precisam de deslocamento aéreo estão contratando a empresa para voar principalmente para o exterior. “Com a suspensão ou redução de inúmeras rotas no Brasil e no mundo, o fretamento tem sido procurado como conexão para os escassos voos comerciais. Inclusive o Aeroporto de Guarulhos continua sendo uma das poucas opções para saída da América Latina rumo aos EUA e Europa, e vice-versa”.

Para viabilizar os voos de longa distância , oferece o voo fretado como parte da logística para chegar até o principal aeroporto onde há oferta voo comercial internacional.

Com a curva da pandemia crescendo aceleradamente, o fretamento de cargas foi o grande responsável pelo aumento dos negócios para a empresa. Desde março foram fretados inúmeros voos para transporte de EPIs e outros insumos importados, principalmente da China. “Em apenas 5 meses conseguimos bater 70% da meta de vendas no Brasil e América Latina para o ano de 2020. No final de junho já havíamos fretado mais que em todo o ano de 2019”.

Ana Benavente levanta ainda a questão do cuidado com o investimento. “Fretar um avião, seja como meio de locomoção ou para transportar cargas, tem um custo alto. A instabilidade do setor, com tantas empresas aéreas fechando e cancelando voos em cima da hora, faz com que o mercado esteja em alerta. A empresa tem solidez financeira e conhecimento dos mercados locais através de seus mais de 25 escritórios para proteger os interesses dos clientes. Poucas empresas têm essa condição nesse momento”, conclui a executiva.

Para o setor de turismo propriamente dito, o fretamento praticamente parou. “Com muitas incertezas, fronteiras fechadas e o medo do vírus, era esperado que este movimento fosse cair. A nossa maior demanda para pessoas físicas foi de clientes que moram ou têm residência fora do Brasil, vieram para cá no início da pandemia e voltaram para suas residências em voos fretados. Outros estão deixando o Brasil com medo do vírus e partindo para países já controlados, lembrando que as fronteiras com EUA e Europa estão fechadas para brasileiros, podendo entrar nesses países somente cidadãos com dupla cidadania, ou com visto de permanent residente, por exemplo”.

Segundo a executiva, no pós-pandemia esse cenário dos fretados para turismo deve continuar. “A princípio, mesmo com a reabertura de hotéis e pousadas, as pessoas vão querer viajar para lugares mais isolados, e com empresas que sigam protocolos, optando por serviços que ofereçam mais controle para contenção do vírus. Mas quando essa fase passar o mais provável é que quem puder irá optar pelo fretamento. “

Um voo fretado tem toda questão de otimização de tempo, conforto, privacidade e segurança, com menos risco de se contrair o vírus em aeroportos. Em dois dias é possível levantar um voo para o exterior e para deslocamento entre Estados o tempo cai para algumas horas. O fretamento é muito ágil.