A 4ª edição da Wine South America  que aconteceu de 12 a 14 de setembro de 2023, na Serra Gaúcha, maior região produtora de vinhos e espumantes do Brasil, encerrou confirmando a vocação da feira de ser uma plataforma de negócios para o mundo do vinho. Durante os três dias de eventos, mais de sete mil compradores de todos os Estados e de 22 países participaram da programação. Com compradores qualificados e uma programação robusta, a feira promoveu mais de 2 mil reuniões de negócios em Projetos Comprador nacionais e internacionais. Somadas, as iniciativas superaram as expectativas e geraram mais de R$ 50 milhões em negócios para o setor vitivinícola. “Recebemos aqui na Serra Gaúcha os principais compradores de redes supermercadistas, lojas especializadas, hotéis e restaurantes conceituados de todas as regiões do Brasil, além de importadores de mais de 22 países”, afirma Marcos Milaneze, diretor da Wine South America.

 

Ao todo, cerca de 360 marcas nacionais e internacionais participaram da WSA. A feira contou com rótulos de 20 países, sendo eles: África do Sul, Argentina, Áustria, Bulgária, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Geórgia, Grécia, Itália, Macedônia, Moldávia, Nova Zelândia, Portugal, Romênia, Sérvia, Síria e Uruguai e, claro, Brasil.

 

Um dos grandes diferenciais da WSA é propiciar uma experiência única para o comprador, possibilitando conhecer o território, as vinícolas e todo o processo de produção dos rótulos. A importância de realizar uma feira internacional na maior região produtora de vinhos do Brasil é que com ela, o mundo todo consegue conhecer in loco toda qualidade dos vinhos e espumantes que produzimos”, destaca Daniel Panizzi, vice-presidente do Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis-RS).

 

Além de conferir as novidades do setor vitivinícola e realizar negócios, os compradores da WSA tiveram acesso a uma série de eventos paralelos durante a feira. O evento contou, por exemplo, com palestras com dados de mercado e masterclasses com degustações de alta qualidade, que foram apresentadas por especialistas como Ari Gorenstein, CEO do Grupo Víssimo, e Manoel Beato, sommelier premiadíssimo do Brasil e sommelier do grupo Fasano – um dos maiores e mais conceituados restaurantes do Brasil.

 

Além de produtores de vinho, espumante e suco de uva, integraram o rol de expositores os setores de azeite de oliva e cachaça. Os compradores também tiveram acesso a novidades do setor, como vinhos sem álcool, e novas formas de consumir a bebida, promovendo uma experiência de compra através da inteligência artificial.

 

A diversidade e a qualidade dos vinhos nacionais puderam ser conferidas em diversos pontos desta edição da WSA. A Campanha Gaúcha, por exemplo, localizada na fronteira com a Argentina e o Uruguai, se consolida ano a ano dentro da vitivinicultura, surpreendendo cada vez mais pela qualidade de seus vinhos, premiados nacional e internacionalmente. E oito das vinícolas que fazem parte da Associação Vinhos da Campanha Gaúcha – Batalha, Bodega Sossego, Campos de Cima, Dom Pedrito, Dunamis, Guatambu, Peruzzo e Pueblo Pampeiro marcaram presença na Wine South America. “O evento foi um sucesso para as vinícolas da região porque é sempre um momento muito importante onde as vinícolas mostram o que há de melhor produzido na Campanha e têm contato pessoalmente com os clientes, importadores, imprensa, fornecedores. Para nós, a Wine é a maior feira da indústria do vinho no Brasil e nos possibilita ter esse feedback positivo das pessoas que visitam o nosso estande”, avalia Pedro Candelária, presidente da Associação Vinhos da Campanha Gaúcha.

 

A Serra Gaúcha, palco do evento e principal região produtora de vinhos e espumantes do país, contou com dezenas de marcas representantes. A Cooperativa Vinícola Garibaldi apresentou na feira sete produtos: três vinhos e quatro espumantes. “Vimos na WSA uma oportunidade de fortalecer, ao mesmo tempo, os lançamentos do portfólio, os negócios a eles relacionados, o potencial do enoturismo na região e, ainda, reafirmar os valores e propósitos que norteiam o trabalho. A crescente e continuada evolução da vitivinicultura brasileira tem contribuído para desconstruir muitos mitos no setor. O primeiro é a questão da qualidade como mérito exclusivo de rótulos internacionais. Outro é de que bons produtos são, obrigatoriamente, aqueles com valor elevado, destaca Maiquel Vignatti, gerente de Marketing da Cooperativa Vinícola Garibaldi.

 

Além do Rio Grande do Sul e Santa Catarina que esteve representado com Progoethe e Vinhos de Altitude, regiões produtoras de outros Estados brasileiros puderam ser conhecidas pelos compradores no estande Terroir Brasil, viabilizado pelo Sebrae Nacional. A iniciativa reuniu 20 vinícolas expositoras de estados como Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Bahia e Pernambuco. A gente não costuma receber compradores de outros pontos do país na nossa vinícola porque nosso público é essencialmente de São Paulo, então para nós é bem positivo expandir a rede de contatos e ser visto por outros locais. O pessoal gostou bastante do nosso terroir porque nós trabalhamos com a técnica de dupla poda. Ela traz uma qualidade diferente para o vinho, o que nos rendeu rótulos que foram premiados inclusive”, comenta Alyce Oragio, comercial da vinícola Terrassos, que fica na Serra da Mantiqueira, da cidade de Amparo, São Paulo.

 

Na WSA, o comprador pôde ainda experimentar na taça os produtos elaborados na primeira Indicação de Procedência (IP) do setor vitivinícola fora do Rio Grande do Sul, tendo como base a Uva Goethe proveniente do terroir de Santa Catarina. Além disso, os primeiros rótulos de espumantes que levam o selo da Denominação de Origem (DO) Altos de Pinto Bandeira foram lançados oficialmente durante a WSA.

 

Estreando na WSA neste ano, a Chandon, primeira vinícola dedicada exclusivamente à elaboração de espumantes, está celebrando 50 anos no Brasil em 2023. “Além de ser uma ótima oportunidade de negócios, estar na WSA é uma forma também de nos aproximarmos dos clientes do sul do país e do setor vitivinícola. Para a Chandon, foi uma experiência enriquecedora e com ótimos resultados, brindando os 50 anos da Chandon no Brasil”, define Delphine Vazquez, diretora de marketing da empresa.

 

Presente nas quatro edições da WSA, a Cooperativa Vinícola Aurora considera a participação na feira deste ano “enriquecedora e gratificante”. O networking foi uma das maiores vantagens da participação. Tivemos a oportunidade de conhecer muitos profissionais, e trocar experiências e ideias valiosas”, avalia Rodrigo Arpini Valerio, gerente Geral de Marketing e Vendas da cooperativa.

 

Outro expositor que participou de todas as edições, o Grupo Famiglia Valduga, apresentou na WSA a sommelier virtual Val. “A Val é uma inteligência artificial, mas que vai muito além: ela é um novo membro da ‘Famiglia’, que vai contribuir junto à jornada do cliente, promovendo uma experiência de compra humanizada guiada por curadoria e escolhas certeiras”, explica Eduardo Valduga, diretor do Grupo Famiglia Valduga.

 

 

Ao todo, rótulos de 20 países foram representados na WSA. Entre os destaques internacionais estão o pavilhão da Itália, promovido pelo ICE-ITA; e os estandes coletivos da Argentina, promovido pelo CFI e ProMendoza; e do Chile, promovido pelo Prochile. Além disso, a WSA contou com vinícolas premium de países como Uruguai, Espanha, França, Portugal e Geórgia.

 “É a primeira vez que venho para a feira e foi extremamente produtiva. Não conhecíamos muito o mercado do sul do país e pudemos conhecer os distribuidores e compradores nacionais e internacionais. As rodadas de negócios organizadas pela feira nos ajudaram muito a prospectar negócios”, avalia Marcos Müller, export manager da Bodega Carinae, da Argentina.

 

Repleto de programações, o pavilhão da Itália promovido pelo ICE-ITA chamou a atenção na WSA. Gianni Bruno, diretor da Vinitaly, faz questão de ressaltar o recorde de participação italiana na feira: “Isso ocorreu graças também à ação da ICE, que fez um excelente trabalho. Significa que quem chegou aqui anteriormente fez negócio e voltou, impulsionando outras empresas”, avalia.

 

A WSA foi palco, pela primeira vez, de expositores com o selo Vinhos de Pago, que é uma certificação da Espanha reservada aos melhores vinhos de pequenas propriedades com histórico de qualidade. Vale reforçar ainda que alguns países participam da WSA contemplando diferentes regiões produtoras, como é o caso do Chile, por exemplo, que participou da feira com rótulos de pelos menos quatro regiões: Maipo, Ñuble, O’Higgins e Maul. “Para nós, a feira foi muito importante já que queremos diversificar e mostrar nosso vinho ao mercado brasileiro, que é muito atrativo e que está solicitando vinhos cada vez mais distintos. Pelas experiências tidas tanto nas rodadas de negócios, quanto em conversas com importadores, encerramos a feira muito contentes e esperançosos que vamos seguir fechando negócios, além de ter relações futuras cada vez mais próximas com o público brasileiro”, descreve o diretor da entidade Prochile, Cristóbal Herrera Gazale.

 

O evento é realizado pela Milanez & Milaneze, empresa do Grupo Veronafiere e conta com todo o know-how da Vinitaly, que por mais de 55 anos é a feira referência mundial do setor de vinhos, e a próxima edição já está confirmada e será realizada em setembro de 2024.